poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.: maio 2006

quarta-feira, maio 31, 2006

postagem, ao som dos acordes de meu amigo ronilson; tentando aprender a tocar viola de dez cordas (ando devagar porque já tive pressa...). éh, em breve, acho que teremos mais um violeiro dos bons na praça.(foto - hemerson gomes)
_click_
.
fotografia
é +
que o grifar-congelar
dum fragmento-tempo
.
é acionar
o flash-relâmpago-flecha
para queimar o filme
revelar e ter
.
o passado ausente "back-up"
restaurado ao tato-visão que revela
o resultado da equação "orobórica" do eu
na "HD" do hoje-dia
.
é observar distâncias
pelo retrovisor
tendo ampla vista da vida pássara
atento a sua próxima pose-movimento
.
[...] fotografias-fotografias-fotofrafias [...]
são tentativas de captura e compreensão
da eternidade fugidia (...[[enquadrada]]...))
pelas comovidas meninas-lentes do olhar
.
mas também é
o construir de bombas
que riscam no pico
da cordilheira da memória
.
cogumelos
saudáveis de saudades
mas também de saudades não-saude
de tristezas-alegrias
(dentro)
seguimos entre passos e "click´s"
vida-estrada-afora guardando
imagens para depois lam
bermos com língua an
ciã o sorvete de mui
tas bolas-estrofes
da nossa bela
ou feia
his

ri
a

para o amigo NILSON que sempre publica em seu blog belas fotografias acompanhadas de não menos belos e inspirados poemas. também para outro amigo aqui das minas gerais: HEMERSON GOMES que trabalha como fotógrafo. foi ele quem cedeu a foto desta postagem e caso alguém precise de seus serviços o contato é: (31) 3417-5116 - hemersongomes@yahoo.com.br.

quinta-feira, maio 25, 2006

postagem ao som da música "fé cega faca amolada" com milton nascimento e beto guedes
_"poeria" - juro não sabia que ia dar nisso_
foi sua língua crente em riste
serpente com repente bote
que convenceu-me
com sua oratória mel-fel
que debaixo do céu
na toca de sua boca
rastejam além
.
de sorrisos-dentes-amém
mundos paralelos
querubins no inferno
sisífos no paraíso
luas dantescas paradas
nas muitas estações do desejo
só esperando o apito do trem
.
foi ela
sua pecadora-palavra-beijoqueira
essa que tens entre seus
fartos-beiços-mestiços
que descortinaram-me
impossíveis estrelas salivadas
"big-bang´s" sendo tramados-criados em profusão
.
é sim...
foi ela danada
que fez tinir
‘~zi.z*zi^ii*iii~zz~oi~’
o ‘martelo na bigorna~
de meu ouvido encerado
de podres convicções
.
coloquei todas
na minha forja cerebral
e agora derretidas servem-me
do mais puro chumbo-veneno
para ameaçar
ou mesmo exterminar
todos aqueles ratos sorridentes soltos no porão-esgoto da tv
.
não tenho certezas mas constato obviedades
como por exemplo
que a relatividade das verdades nas teorias
só dura até o próximo "insight"
que vai dum einstein à um frankenstein
que a poesia abraça-queima e faz renascer "aléns"
da última palavra-pavio que arrisca

sexta-feira, maio 19, 2006

postagem ao som da música "certas canções" de tunai e sérgio natureza com milton nascimento
(pintura de peter blake)
_(...............................) _
gosto de punhos abertos
que expulsam desertos
e pulsam abraços
nascentes de risos não-lágrimas
.
gosto dos rascunhos inacabados
mas que irrigam-inundão páginas
gosto da não certeza dos tolos
do pisar em falso do tombo-professor
.
gosto de desamarrar os cadarços
de velhos sapatos da infância
soltar crianças descalças
na lama do quintal em dias de chuva
.
gosto dos desorientados
dos lunáticos sem guarda-chuva
que tateiam no escuro-água
rastros no instante não no futuro
.
gosto dos que não caçam verdades
mas que garimpam e
colecionam incertezas
dúvidas-dores-alegrias
.
gosto da orquestra de sapos
sem maestro dentro da noite
gosto de lamber sem medo
o fio da foice daquela senhora
.
da janela de braços abertos rio
todo palhaço gargalhadas na cara dela
digo que não temo abismo nem céu
pois equilibro-me na linha-mistério
"que nem aquele cara na capa do disco do super tramp"
...

_pneu furado em dia de calor e macaco ruim_
uma
gota
de
mel
suor
caiu
fria
na chapa
salgada-quente do mormaço
.
ferveu
temperando
em si bemol menor
canção maior
sensível-transe
meu corpo agachado em clave
ergueu-se
ouvi sonoro e sustenido dó
no estalar de minhas costelas
...
_"ultraleve"__
os
fisgados
pelo passado
são os mesmos
.
que sempre
querem
a todo custo
pescar o futuro
.
para fitá-lo nos olhos
e fritá-lo em alho e óleo
na panela da ansiedade
fome-gordurosa de cada dia
.
acho que por isto
parecem estar
sempre acabrunhados-estressados
no corre-ultrapassa-corre das avenidas
.
de si alheios ignoram a bondade
que é mergulhar pelado e criança
no lago do presente e nadar
simplesmente boiar... em direção ao na-dar
.
nadar como nadam os peixes mesmo à vista
e debaixo dos narizes de seus
pinóquios-pescadores-algozes
nadar roubando iscas sem temer mastigar anzóis
...

quarta-feira, maio 17, 2006

postagem ao som de disco "simples e absurdo" com músicas de guinga e aldir blanc.
_lambe-lambe-maluco perdido no tempo_
o decibéis de minha amplificação
é no positivo
minha lente-de-aumento
é um olho-pensamento
no meio da testa
que
d i l a t a
o lado bom das coisas
enquanto queima
entre gargalhadas
negativos
numa caixa escura
para que
não sobrem deles
cinzas-sombras
nem
fotografias
na caixa do presente

sexta-feira, maio 12, 2006

postagem ao som da arrebatadora música instrumental "lembranças" de marco antônio araújo.
(esta é a margarida a mais nova integrante da família - foto: cristiano)
.
vulcânicas-medonhas-descomunais-medusas
vivas-larvas-verves-lavas-quentes
parecem possuir o moto-perpétuo da poética
entre pernas-membros-lábios-beijos-cogumelos-atômicos
minhas "mudernas" musas são
des-con-cer-tan-tes
"in"
sí-la-ba por sí-la-ba
embora à léguas de distância
sinto o vento
do respirar de suas narinas
p u l s a m - j o r r a m - e s p a r r a m a m
substância-verbo ao meu redor
por isso roem e enraízam-se
nas paredes dentro
como "eras" querendo galgar
as alturas indomáveis d´alma-mistério
.
plebéias-princesas nuas despudoradas
numa selva virtual sem tarzan
aluadas e grávidas de ômega-alfa
seguem minguando palavras do útero
e não da lua
na ponta de suas línguas
há céus e gozos de não estrelas
mas de criaturas cerebrais-vivas-indecifráveis
com pincéis-facas em brasas
fazem tatuagem-enígma
pouco-quase-nada-importando
se dói ou sangra
a paisagem
no corpo de cada manhã-surpresa-miragem
se grita ai
os pés ou olhos esbugalhados
dos desavisados
que por ousadia ou acidente trafeguem por suas casas
atritam faíscas de sonho
na cara da realidade ou vice-versa
e de tanto masturbarem dedos-unhas bits e bytes
em teclas-caracteres-tetas
o alfabeto salta
tonto e desorientado mas feliz-bobo-alegre
dando sentido multifacetado-vário
a seus longos pergaminhos "internéticos"
gozando de pau na mão
no papel-tela-lousa-virtual
.
reinventam o próprio país das maravilhas
"na selva" cibernética
alice não mora mais lá
mas cigana sua casa é todo lugar
regem-gritando-em-silêncio do porto
ou submersas no fundo do mar
ou ainda suspensas em longitudinais alturas
concerto percursivo
sem partiruras-regras
queimam sem assoprar seus feridos
bambeiam pernas
seguem sem medo
encarcerando e arrancando asas de anjos
libertando e tornando alados os caídos
afrouxam neurônios
e colidem-os
sem piedade
com diretos cruzados
na boca do estomago dos dicionários
que involuntariamente vomitam
inusitadas palavras cruzadas
sem cola de cabeça para baixo no rodapé
juntam-entortam-amassam-esfregam-desamassam-recuperam-fazem-silêncio-batem-latas-e-enfim
mulheres "parideiras" explodem
filhos de outra natureza
poemas-flamejantes
que crescem
a cada releitura diante
de meu entendimento
fraco-cacarejante e abestalhado
.

aqui no blog sempre faço postagens dedicadas aos amigos e na maioria das vezes o poema não foi feito especialmente para os mesmos. embora todos sejam para mim verdadeira e sinceramente muito especiais pois são pessoas do meu convívio quase diário. hoje presto uma "homenagem" a duas mulheres-poetas que não conheço pessoalmente mas que admiro pela força-mistério que suas letras exercem sobre mim pelo amplo leque de possibilidades que suas palavras abriram em meu horizonte poético. a primeira que conheci foi ALICE através do blog do MARCOS PARDIM que também não conheço cara-a-cara mas que considero amigo assim como o poeta NEL MEIRELLES que em seu último post no fala poética dedicou a mim um de seus poemas e como se não bastasse ainda colocou o poeminha "boa noite amor" em seu outro blog TELESCÓPIO. através do blog da ALICE conheci o blog do NILSON que diz não ser poeta (ele já deve estar de saco cheio com essa história) mas cliquem ai no nome dele e vejam se não pode ser chamado de poeta. aliás acho que "nenhum de nóis é poeta" os outros é que nos chamam de poeta e assumimos ou não a coisa. isto para mim não passa de uma grande bobagem ser-ou-não-ser poeta-escritor-compositor-cantor-etc. tudo são rótulos e convenções para as prateleiras do "consumo". acho mais fácil nos aceitarmos apenas humanos sem os penduricalhos que às vezes querem colar em nós. a outra musa que ins-pirou o poema acima é JANAINA que conheci através do blog da MARILENA que diga-se de passagem é outra poeta digna de "homenagem" no caso de dúvidas confiram lá. estão percebendo que gosto de seguir o rastro que vocês deixam na casa de cada um não é? acho que todos os citados aqui já conhecem a casa um do outro os que ainda não se conhecem é uma boa oportunidade. o que posso garantir é que ninguém se decepcionará fazendo uma visita. paro por aqui caso contrário vocês podem equivocadamente pensar que sou político em campanha. será que algum dia conseguirei a síntese poética de nel meirelles além de colocar: ,;.! nos lugares certos? abraço para todos.

terça-feira, maio 09, 2006

postagem ao som da música chão de giz com zé ramalho. a foto desta postagem, foi feita pelo cristiano enquanto eu, tocava violão no quarto da casinha de barro-sapé no "ninho das pedras". a músca: "creia-me" cuja letra segue abaixo, é uma das inéditas que tenho na gaveta e que ainda não gravei.
_creia-me_
(na fumaça da pólvora)
.
creia-me
se freud até hoje não lhe explicou
aquela velha canção do zé
deixe estar
há certas coisas que após entendidas
necessitam de muito mais explicações
e perdem o mistério a graça e o encanto
diante da revelação
.
o bom é não ser absoluto profundo
bom é ser raso e solto no mundo
o bom é não ser imã de geladeira
bom é não marcar bobeira
não se colar em nada nada nada nada
.
creia-me
tudo passa
tudo gira na órbita do transitório
passa o carro passa o moto-boy passa o avião
e sei que vai passar até o porre dessa cachaça
passa macaco passa o papagaio passa o gavião
e sei que vai passar até o ar dessa graça
.
o que ainda não passou
é porque a flecha do esquecimento
está atravessando o tempo rumo ao alvo
onde tudo é nada onde nada é tudo
tudo nada nada tudo
no infinito mistério
.
creia-me
se nietzsche passou
se lennon passou
se jobim passou
se wally salomão passou
se passou até o profeta gentileza
se tantos outros também passaram
.
me condeno então
à desaparecer no salto mortal
entre um segundo e outro
na fumaça da pólvora
na poeira do esquecimento
.
para cristiano, elaine, júlio, ana paula e vanda. amigos que estiveram neste fim de semana no "ninho das pedras". cristiano, na medida do possível, estarei publicando às "trocentas" fotos você tirou. abraço para todos e espero por vocês, na festa junina, que deve acontecer em junho. "Eiiiita! vida marvada..."

sexta-feira, maio 05, 2006

postagem ao som da belíssima música "maquina do tempo" de aggeu marques do cd: porque não tinhamos bicicleta de flávio venturini.
_apesar dos tombos arroto risos_
quando acordei senti eletrizante
e expectorante
a l e g r i a
como se tivesse
um faminto boi pastando
dentro de meu corpo
às últimas touceiras
de fiapos de capim
da melancolia
que um dia foi
vasto campo
em mim

para minha amiga alice maria américo da silva, que hoje faz aniversário e está ficando mais sábia. um abraço n´alma para você, seus filhos e toda sua família que tenho sempre em boa lembrança.

quarta-feira, maio 03, 2006

postagem aos acordes da música "o divã" com roberto carlos
_minha poesia é só uma "bengálica" metralhadora matadora de tempo_
há dias inválidos
em que procuro
por uma velha e torta bengala
atrás da porta
no quartzo do tempo que mingua
meus passos entre pedras
.
porque havia sempre uma
perto da mão enrugada e lisa
de minha bisa joaninha
que parava de tecer seu tapete de retalhos
para risonha presentear minha doce urgência infantil
com uma moeda de vinte centavos
.
eu pirralho descalço corria
temperando alegria na quentura açucarada
dos "pés-de-moleque"
do calçamento
da rua euclides andrade
no bairro santo andré
.
rumino o passado menino
enquanto ouço o rei no divã
cato melosas iscas de 1973 e saboreio bala delícia
pulam lembranças encapsuladas
em fagulhas de mini-relâmpagos extraídos do atrito
do cascalho que minha inocência colocava nos trilhos do trem
.
expulso agora o sol do quintal
chamo estrelas na varanda
e num único
mas lento golpe
"anzolo"
puxando do japão a noite
.
para cerzir
poesia
na barra de seu manto
enquanto
me cubro
e o sono não vem
.
durmo-sonho-constato
que neste instante sou apenas
um filósofo-caipira-carpidor-de-páginas-dias
da folhinha de mariana
pendurada na parede de adobe
desta casinha de sapé

para todos os meus tios, tias e primos do bairro santo andre (assim não me esqueço de ninguém). abraço também ao primo amauri que se mudou para brasilia há bastante tempo. por fim, lembranças a tia nana.