poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.

quarta-feira, novembro 23, 2005


postada ao som da música "coisas do brasil"
de guilherme arantes e nelson mota.
_há mais coisas, dentro da coisa, que supõe a cousa vã_
chega um
[.]
que a [coisa],
perde o sentido.
costura-se: daqui, d´acola.
nem apelando e cozendo, o "poblema"
com mãos pacientes,
de velha benzedeira caipira
o angu de caroço seco,
passa pelo nó do gogó.
ficamos ali, prostados;
feito joão cabral: ex-ateu e cego.
sem neto, sem cachorro como guia
rezando para encontrar
uma réstia de luz na curva do tunel,
que não seja o metro.
contando favas, remoendo os neurônios
no moinho atômico,
do labirinto sem fim do grande mistério.

sem achar saída,
colocamos um bit a esquerda,
outro a direita,
acendemos uma vela
e cuidadosamente,
com destreza de mágico,
um terceiro bit, equilibrista e maluco,
bem
no
[c e n t r o ]
da
[ q u e s t ã o ]
e
abracadabra!
formamos um byte?

não!
ainda faltam 5 bits,
para realizar o sonho
de "resetar" nosso computaDor
e ouvir aquela "musiquinha"
acompanhada da mensagem:
"bem vindo a janela"
para os de fora, nosso "poblema"
é bobagem pequena.
para quem está dentro?
é mega, sem acerto de sena.

piui, piui, piuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
o trem fumega e apita louco,
nos trilhos e sulcos do cérebro.
telefonema para um e outro.
puro embromes
falam modernamente em fm
mas nosso radinho é valvulado
sem antena e só sintoniza am
ficamos lascados, do 1º ao 5º, quebrados.
parece não haver no planeta,
quem consiga fazer a coisa funcionar,
reverberar, grudar e dar liga.
ficamos no loop infinito:
reseta, espera, reseta, espera
para enfim, literalmente desesperamos
radicalizando raivosamente na decisão
de morder e matar a coisa,
para que dela
nasçam, [cousas]
inusitadamente outras.

nestas horas lembro
da paciênte dindinha libânia,
tecendo colchas de retalhos,
para ganhar "um cobre" como dizia.
a colcha de retalhos dela sim, funcionava.
sem assistência técnica, multicolorindo
meus sonhos de menino:
buscando na carroça com cavalo branco
de meu avô, geraldo monteiro (vô líco), leite
na fazenda dos camargos,
para depois vender aos fregueses,
pelas ruas do bairro eldorado e jk.
agora está chovendo e faz frio
"rio" e aqueço-me, lembrando
de minha bisa, colchas, retalhos,
suspiro, maria-mole, grapette e pastel.
não sinto frio apenas "rio"
das coisas, complicadas da vida.

para meu amigo gilberto mendes da w3 e o técnico vinícius marcall que sofreram, (2 ultimas semanas) e ainda estão sofrendo para fazer funcionar, uma $maquininha$ de cartão de credito. só agora, após vários contatos, é que o gilberto foi informado pelo "suporte técnico" da empresa, da tal maquina que até o último dia 19, ele tinha o direito de solicitar visita de um técnico, para solucionar seu problema (pagava uma anuidade). caso neste momento, queira este técnico, basta pagar uma "visita avulsa" da bagatela de r$ 250,00 e apenas após o conserto, é que poderá novamente voltar a assinar com eles um novo contrato anual. coisas do brasil, não do amor e do bom atendimento ao cliente.