poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Postagem ao som da música: A Força do Vento (Rogério de Freitas) com Lô Borges.
(Gravura de Robert Dickerson)
_Que Viva o Lobo Manoel, Muito Além, de 29.200 Dias! _
Manoel Lobato fez aniversário! Oitenta?
É, 80º ato, de uma vida que oroboricamente se reinventa.
Ex-dono de pharmacias, teve: bom "ganhame", já foi rico;
mas iniqüidades, collor-idas até o levaram, à fila do inss, pagar seu mico.

Arda chuva, molhe sol, ele em qualquer tempo das agruras faz graça e ri.
Cai, mas apruma outra vez e mesmo estralando por dentro: dor e tristeza; ali
na esquina ou centro, entre passantes, matéria de sua labuta, tira do olho direito o cisco
e segue cambaleante com mais uma verídica, gargalhando como palhaço de circo.

Mesmo dum torto e vesgo, d’outro manco e quase cego,
conseguiu incrédulo, destravar da porta da 3ª visão o ferrolho
e quase todos os dias, mostra ao tempo prisma em novo espelho.
Cores múltiplas, índicas primitivas, para dentro das quais, "pocrane" mergulho.

Perto do esperto, desperto e "maqnovelico" lobato eu?
arrepio meus pêlos e simplesmente me escondo, na matilha de minha ignorância.
Com toda minha humilde-idade, sem nenhuma pré-potência e arroto de arrogância,
soluço quando no máximo. Digo amem! E sem morder, amém: au, au, au, well, Mano-el.

Ele, em plena era virtual, cata alfa e ômega, nas teclas de sua elétrica companheira Olivetti
quase nú breu, tece crônicas, massa do pão diário que de soslaio alimenta a massa que sorri.
Em seu cérebro, dicionário-terra, ainda sobrevive sem HD e adubo químico, árvore latim.
Sua gentileza anciã, oferece embrulhada em jornal, as sementes que planto em meu jardim.

Enquanto isto, coelhos acadêmicos de intelectos verdadeiramente gagas e cegos,
constroem suas tocas, sem enxergar um plano à frente do chafariz de seus elásticos egos.
Magos? Não. Mágicos de truques que truco. Não sabem cheirar no vento, a sabedoria mega
Trafegando quase cega, rotineiramente por sagradas famílias de ruas e ainda não se entrega

Sei que como as dele, não reverbera as pedras, palavras, que pio do meu ninho.
Os castelos, ficam no alto de montes intransponíveis, pro caminhante sozinho.
As casas e caras virtuais das revistas, são cegas e não olham nos olhos do povo.
Não rima né? Bobo, o que não é robô e tenta, acender tolos bolos, fora da atômica globo.

Viva o equilibrista Manoel, nas linhas do tempo que leio, arme bote, na cacunda do vento.
Mas não esqueça de deixar, nem que seja fiapos do DNA de sua branca barba gris;
nas entrelinhas. Assim confirmaremos que ela é: assinatura da sabedoria sem verniz.
Que as palavras andarilhas de Manoel, fiquem estendidas, além dos varais, dos templos!

Especialmente para Manoel Lobato, que neste dezembro,
completou 8 décadas de caminhada pelo planeta.
Manoel, é colunista do Jornal o Tempo, para o qual escreve todos os dias
uma nova crônica, exceto às sextas feira. Para conhecer mais sobre o trabalho dele clique aqui.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lobato
lobo
ato
octogenário
imaginário

a cada dia estréias
e nos preenche de idéias
do cotidiano faz seu material
homem povo - ser normal

contigo uivamos
e que venham outros monteiros, manoéis
e qdo fores não se esqueça
deixa-nos os anéis.

quarta-feira, janeiro 04, 2006 8:15:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Hummm... no exato momento é que eu estou vendo, lendo e recomendando. Sem melhor nem pior. Amigo...
Um abraço do mais novo vendedor de pastel em porta de firma...
G.A.

quarta-feira, janeiro 04, 2006 1:35:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Pô!!!! cara, nao vai postar mais nada? deixa de ser preguiçoso. Quero ler mais.

quarta-feira, janeiro 11, 2006 12:03:00 PM  

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