poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.: 1º VIVA POESIA, POESIA VIVA - 28.09.08

segunda-feira, setembro 29, 2008

1º VIVA POESIA, POESIA VIVA - 28.09.08

POEMAREMOS SEM FIM (A Revanche!)
(Leonardo de Magalhaens )
Dedicado ao cyberpoet Lecy Pereira Sousa
Poemaremos sem fim inventando palavras
e deturpando ordens semânticas
Poemaremos nos monitores das lan houses
nos cardápios da praça de alimentação
nos guardanapos dos copos-sujos da zona boêmia
nos rasgos de jornais disponíveis nos banheiros públicos
Poemaremos nos desfiles das escolas de samba
poemaremos assistindo as finais do campeonato
poemaremos assistindo os filmes de terror
e a propaganda eleitoral gratuita
ou relendo os clássicos europeus
ou plagiando versos dos nossos poetas favoritos
ou decorando os elementos químicos da tabela periódica
(Luiz Rocha)
Poemaremos esperando o Apocalipse e o Juízo Final
poemaremos na odisséia urbana da ilíada midiática Poemaremos lucidamente extasiados
dopados escandalizados desafinados
(Fernando Januário)

Poemaremos evidentemente convertidos
submetidos divertidos compungidos

(Vinícius fernandes Cardoso)

Poemaremos - não temos pressa - poemaremos –
no compasso

(Yendis Asor Said)

Poemaremos na parada gay tomaremos um drink
no rainbow bar

(Lecy Pereira Sousa)

Visitando o museu dos poetas beatniks
o museu das utopias socialistas

o museu do Clube da Esquina
o museu dos ideais libertários(Wanderson Novato)

Poemaremos nas ondulações do yellow submarine
além dos strawberry fields forever

tropeçando nas pedras rolantes
navegando sem rumo no barco bêbado
(Renan Rocha e Paulo Urban)
Poemaremos sentados nas praças públicas de luz néon
Poemaremos viajando de pé nos ônibus suburbanos
Ou mijando a bordo de um ônibus interestadual
colecionando antologias poéticas e almanaques de celebridades
(Cláudio Carvalho)
Ou doando sangue para mil acidentados nas rodovias da morte
reclinando no dentista em plena estimulação acústica do motorzinho Poemaremos sem fim sem começo
traficando informações

(Renegado)
garimpando poéticas high tech nos sinais de trânsito
dependurando poemas nos assentos dos coletivos do hipercentro
(Lívia Tucci e Tânia Diniz)
Ou contribuindo para o fundo de recursos para os poetas falidos
na caridade assistencialista para as vítimas da guerra social
(Paulo Urban)
Poemaremos sem fim sem eira nem beira
com microchips implantados
(Negume - AMIC)
Com torsões de dedos e nervos diante do jornal nacional
com as banalidades formatadas
(Cynthia Terra e Paulinho Andrade)
com dores de tendão e de consciência ao digitar o número
do candidato em reeleição
(Exposição: Pão e Poesia & Mulheres Emergentes - Tânia Diniz)
com náuseas existenciais ao constatar os índices
de consumismo e desperdício
Poemaremos tomando coca-cola no McDonald's
poemaremos comendo esfiras no Habib's
(Cynthia Terra, Paulinho Andrade, Novato, Diovvani, Emerson Bastos e filha)
ou folheando o tablóide Super
ou comprando CDs em promoção nas Lojas Americanas
(Wilmar Silva e Milton Cesar Pontes)
ou consumindo ávidos as 'queimas de estoques' das Casas Bahia
Poemaremos nas pizzarias de sábado à noite e nas
(Lecy Pereira Sousa, Leonardo de Magalhaes e Paulo Urban)
churrascarias de domingo à tarde
nas pescarias de fim-de-semana e nas festinhas infantis
(Vinícius, Lecy, Fernando e Yendis - fundadores da A.C.L.)
Poemaremos sem finalidade específica
na praia em férias de verão na hora das refeições
(Érika Machado)
no show da melhor banda de todos os tempos
Poemaremos gritando "Sieg Heil!" e "Deutschland uber alles!"
Poemaremos gritando "Viva la Revolución!" e
"De pé, ó vítimas da fome!"
(Cristiane Nobre - Vilma Alimentos)
Poemaremos sóbrios e bêbados de cair
de salto alto e humildes ajoelhados
(Lise e Barulhista)
Empinando pipas ou mergulhando em piscina de lona
despejando cargas de libido em produtos enlatados
(Lecy, Antônio, Rodrigo, Tânia, Diovvani)
e bonecas infláveis transando
no escurinho do cinema ou pulando de bungee-jumping
(Wilmar Silva e Milton Cesar Pontes)
Poemaremos sentados no próprio estrume
e poemaremos pintando o quarto de vermelho berrante
(Franciele)
Poemaremos bolinando as mocinhas inocentes
e poemaremos soprando camisinhas com sabor morango
(Wanderson Novato e Lecy Pereira Sousa)
subindo nos miradouros e escalando torres de TV empilhando
panfletos de eleição e queimando 'santinhos' em ato público
(Cláudio Carvalho)
Poemaremos sambando no trio elétrico
ou na pena de morte na cadeira elétrica
(Agnaldo Silva)
Caindo da utopia social
ou dinamitando ilusões juvenis
Poemaremos na implosão das torres gêmeas
e na guerra pós-colonias
(Cláudio Carvalho)
Fugindo da artilharia aérea ou submergindo
na mancha de óleo
(Marlon Nunes)
Poemaremos por teimosia e falta de opção
Poemaremos poemaremos poemaremos poe
ma re mos
Poemaremos poemaremos poemaremos poe
ma re mos
(Paulo Urban)
Poemaremos poemaremos poemaremos poe
ma re mosPoemaremos poemaremos poemaremos poe
ma re mos
Poemaremos poemaremos poemaremos poe
ma re mos
...
28/29 set 08 pensado meditado ponderado no 1º Viva Poesia no Parque Ecológico do Eldorado e escrito na madrugada e amanhecer do dia...

(Luiz Rocha, apresentando a música "Puro Aço". Uma parceria que fizemos quando ele foi lá em casa)
...
POPoesia
A poesia
tem
que
ser pop
pular
na panela
de pressão...
da realidade
elétrica e saltitante
enlouquecer a métrica
ofertar-se que nem pipoca em estalos
aos ouvidos e à língua do povo - livrar-se
dos séculos de domínio dos múltiplos t e n t á c u l o s de poucos
a poesia tem que integrar-se ao trigo, à massa - ser pólen-germinador
nos sulcos das digitais de todos.
A poesia
tem
que
ser pão
/ e /
para
todas as bocas.
(D.M.)
...
MATÉRIAS NA TV
TV Contagem - aqui
MG TV - aqui
...
Estive hoje na Escola Municipal Nilton Amaral Franco - aqui

7 Comments:

Blogger Lua em Libra said...

Dio,
Que coisa mais linda.! Um verdadeiro libelo à poesia. Poucos, como tu, poderiam fazer isto com tanta propriedade.

Beijos do sul

quinta-feira, outubro 02, 2008 7:30:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Gramática do VersoVerbo Poemar

Poemaremos
O nosso UniVerbo
O nosso UniVerso

Afogaremos
no Ver(s)(b)o
Poe A mar

Poem A maremos

Amaremos Poe(a)mar

(poe sia e poe tas)

E carinhosamente, inté !

quinta-feira, outubro 02, 2008 9:32:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Menino Diovvane, quanto tempo morrido, heim?! Poeminhas assassinos de tempo fazem isso mesmo: gravidez coletiva, partos múltiplos e crias fecundas... Parabéns!

Anderson Ribeiro
www.andersonribeiro.com.br

quinta-feira, outubro 02, 2008 10:55:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

rapaz, esse negócio de poemar nestas circusntâncias todas aí descritas deve ser um troço bão demais, ainda mais dando vez e voz à sem-vergonhice de bolinar as mocinhas inocentes (rss...) quero virar poeta também (rss...) mudando de pato pra ganso, mas ainda afogando-o (rss...), tem foto sua até trepando (rsss...) esse diovvani, como diz nós caipiras aqui do interior de sp, num é fraco não... cum deus, meu velho.

sexta-feira, outubro 03, 2008 6:23:00 PM  
Blogger casinha said...

demorei, mas cá estou.
pra poemar com você e criar um vículo virtual. quem sabe no meio de tanto poema, haja tempo pra uma prosa?

Tatiana Marinho

(aquela, da Escola Mutirão)

quarta-feira, outubro 08, 2008 1:51:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

E nem soube, perdi tudo.
Perdão.
Estive muito doente e afastada;
Agora, melhorando, volto aos amigos, à poesia.
Que festa linda, tantas lamas em versos, tanto poemar...
E tão diferente dos auditórios, das cadeiras refrigeradas ou das cortinas, das portas fechadas.
Milagres da poesia que você tranforma em realidade!
Coisa mais linda não há.

beijos, saudades.

quinta-feira, outubro 09, 2008 9:56:00 PM  
Blogger Adrianna Coelho said...


sim, a peosia tem que ser pão
ou ser pipoca...

essa poesia tem
sal
e tanto
saltita mesmo, dio!

segunda-feira, dezembro 08, 2008 5:28:00 PM  

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