poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.

quinta-feira, abril 13, 2006

postagem, após longo período d´ausência ao som de egberto gismont e naná vasconcelos.
_aos "quedes" que calcei_
kichute preto com traves lembram-me
pelada valendo "cocão" na idéia
com a turma do bairro riacho velho
"carin-de-rolimã" do zezé "despinguelando"
rua rio paraopeba abaixo
quase mergulhando no asfalto da rio comprido
chulés arrancados com escova e sabão revel amarelo
homem de seis milhões de dólares
sr.antônio do armazém (meu 1º emprego – parte da manha)
na rua rio comprido esquina com rio paraopeba
sentado no caixa ela falava comigo:
"diovvani vai levar o saco de compra da dona maria na casa dela"

conga azul e branca recordam-me
aula de matemática
colégio helena guerra
meu amigo omar
(que eu achava ser inteligente por tomar óleo de bacalhau)
irmã carmelita
lenço "branquimaculado" na cabeça
chamava-me no quadro negro
e logo dizia diante de meus tropeços numéricos:
"vai sentá que ocê não sabe nada"
(omar dava show e vingava a turma)
zilda-doida-tarada
que esperava os meninos na trilha do mato
(uma vez quase me pegou)

tênis "all color" com três listinhas coloridas na lateral e azul-cruzeiro
colégio fernão dias
meu amigo edson e sua paixão marciana (deu a ela 1 dúzia de flores de plástico)
- até hoje não sabe porque deu com os burros n´água.
fila de banco
fliperama totó rua tupis
sorvete de casquinha da máquina da torre eifel
professor castor cartele guerra e os ossos de seu ofício
jaci da gráfica fumarc
passeio diversão parque
canoa tiro ao alvo
cinema do riacho com os amigos valdir e fabiano
"dio-come-ti-amo"
escrito com caneta bic na cortiça da raquete de ping-pong
da platônica-baixinha-morena-namorada que nunca beijei

para: fabiano, tita, valdir, joel, zezé, jorginho, gilmar, gilson, gilberto (popó), zé francisco, joão, carlinhos, cabelo de fogo, té e todos os irmãos. enfim, todos aqueles que freqüentaram minha infância e que hoje toma "umas" no bar do sr.alôncio no bairro riacho velho. quando for possível apareço.

infantil curiosidade: num dia de trabalho perdido na infância e com sol a pino eu, zé francisco, joão e jonas (meu irmão) carregamos uma borra de ferro enorme +- uns 30kg, rua rio paraopéba acima, até chegarmos no ferro velho onde vendiamos. chegamos lá, "tronchos" de cansados e suor escorrendo pelo corpo. colocamos a borra na balança e o dono do ferro velho, disse que deu sei lá, quantos kg´s (com certeza era menos que o peso que carregamos morro acima) e o zé francisco, meio grogue de cansado resmungou: "tá roubando!!!" o homem ouviu aquilo, impostou a voz cheia de "honestidade" e disse: "ôôô seus moleques, sumam com suas coisas daqui. sem almoço, tristes, cansados, murchamos as orelhas e não nos restou obedecer. pegamos a "borrona de ferro", nossos cacos de vidro, latas, outros trecos e deixamos encostados, no muro do próprio ferro velho. nunca mais voltamos lá. neste dia, não teve chup-chup de groselha, maria mole, nem partidas de totó.

_a afta que virou estreapagada_
tinha
uma
afta
perversa
maluca
acesa
no
céu
da
minha
boca

:- não sei como mas fiz-de-conta

que
era
uma
estrela
e-sem-dó-e-arRÉpendimento
com
a
ponta
da
língua
SALivada

thiiiimmmmm ...
:- ai
apaguei-a

_nos céus habitam diferentes coisas_
no céu da terra
moram pontos luminosos
quencantam

no da imaginação
dizem:- ovni’s com et´s
que nunca apertaram minha mão

no da minha boca
aftas doloridas que assassino
"cáponta" da língua

para a platéia que esteve presente no dia 10.04.06 no centro cultural de contagem no lançamento do projeto: leitura para todos (poesia no ônibus) em parceria com a ufmg. parabéns pela iniciativa prefeita marilia campos, raquel e toda a turma do centro cultural.

_boa noite amor_
beijou-me
foi para o outro quarto
apagou do meu a lâmpada

fechou a porta
mas deixou o rastro claro
do verde-de-seus-olhos

pincéis chapiscando
com faíscas de sua luz
o muro-tela dos sonhos ainda não sonhados

esclareceu em mim
o que ainda
era breu

"e pensar que eu a conheci pegando carona na av.joão césar de oliveira, numa madrugada não identificada, após o dia 12 de outubro (meu aniversário) de 1997. Etâ mundão !!!"
para vanusa dias neres mendonça.

_ou revela-me porque às vezes não entendo mas comovo-me com palavras_
palavras
poesias
são
oferendas
ao
mistério

_ninho das pedras IV_
aqui
o lençol freático
cobriu-se
de pedras
freando
minha sede

limpei meu suor no lençol
estendido no varal da tarde
engatei
primeira
na minha vontade

e não desisto
de beber
da água benta
que neste
mesmo lugar
ainda brotará

_a verticalização das coisas_
onde,
cadê
o horizonte?

- pregado na cruz,
no pau do nariz, na vertical,
fora do alcance dos olhos.

enquanto o belo,
faz cara de paisagem,
no espelho da testa.

_antídoto_
bom saber que o chacal
ainda sibila
já que wally foi pedir carona
ali na próxima esquina

césar cristalina louca
curou-se numa pá de cal
e a margem "emburracada"
não é + =

mas o chacal ainda bota fogo
em sílaba por sílaba
quebra as regras do troco

morde
o calcanhar da poética
sacode o chocalho sibila
para chacal, wally salomão e toda turma da poesia marginal.

_aos leitores de poesia_
poesia não é
== fria lógica
é # matemática
é entregar-se
ao êxtase
e 100 querer
entender
o truque da mágica

_linha 1139 – o amor pouco antes da primeira vista_
chuva serenada na manha
sem beijo solar ainda
ônibus lotado de gente
esperanças e sonhos
feminina sentou-se
orvalhada ao meu lado
senti dela o perfume
virgem ao meu olfato

eu tremia e suava frio como alpinista sequestrado
pelo misto de alegria-medo e minhas unhas congeladas
quebraram sulcando novos-velhos-riachos na face da montanha
eu caia mas almejava chegar ao cume da emoção "himaláica"
pois ouvia o eco de algo gritando dentro a certeza
que era aquele o ser há pouco sonhado
acariciado e amado na noite molhada
mãe daquela manha-neblina

mas o inocente anjo levantou-se abrindo
suas celestiais incandescentes asas
e na praça da liberdade misturou-se à névoa
entre palmeiras imperiais ave-encantada-cheia-de-graça voou rasteira
antes de sumir nas alvuras do longe sem deixar vestígios no espelho
de minhas ácidas-salgadas-lágrimas que picharam para sempre
nas molduras das brancas paredes das janelas em meus olhos
à esquerda: "adeus" à direta: "até nunca mais" – não sei onde pousar

ao meu lado ficou o vazio
formando par com seu cheiro
um fio elétrico de cabelo
dando choque de 1000 volts
no peito de minha saudade na u.t.i
que doente e tonta não tem pista
para encontrar o amor que sonhei
pouco antes da primeira vista
para todos que já provaram duma paixão súbita à bordo de um "busu".

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ufa!!! Que safra, meu amigo. que safra!!!

deixo uma coisinha pra você:

big-bang

poesia
é quando o universo
se mistura com as palavras
dos imperfeitos homens


abraços do lado de cá

Nel Meirelles
http://www.falapoetica.blogger.com.br

quinta-feira, abril 13, 2006 8:10:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

reminescências infantis e adolescentes tão tuas, tão minhas, tão nossas. quase pude, em te vendo, ver-me nas brincadeiras, corredores de colégios, freiras e amores. 1 grande abraço.

quinta-feira, abril 13, 2006 3:49:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esqueci de minha dor de dente, de meus cisos e tudo mais! Gostei do que vi. Abraços!

terça-feira, abril 18, 2006 9:13:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

delicioso texto, levando-nos a também recordar passados ... beijos.

quarta-feira, abril 19, 2006 5:20:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caralhoo !!!
Estava fuçando a net e encontrei seu blogger .

Putz!!!
Me fez lembrar de tempos bons e coisas que não dá pra apagar da memória.

O tempo que eu estudei no Helena Guerra eu ia de conga azul e branca com o bico cortado pq o pé tinha crescido e ficava apertada , foi uma destas coisas boas que ficam na memória e ainda me lembro da Zilda-doida os meninos me zuavam demais porque a minha mãe também chama zilda.

Cara , parabéns pelo blog
Qualquer coisa estou no Email é :

bedrockfm@yahoo.com.br

ou no orkut:
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=1248944478822110022


Um abraço
______________________José Luiz Bedrock

sexta-feira, maio 26, 2006 1:04:00 PM  

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