SANTOS DUMONT, BANDEIRANTE dos ARES e das ERAS, editora Madras, 248 páginas, 31 fotos didaticamente selecionadas, é resultado de uma detalhada pesquisa histórica, trabalhada com elegância literária e sensibilidade por seus dois autores, pai e filho respectivamente. O mais velho, Homero, é historiador; o mais jovem, Paulo, é médico psiquiatra, ambos ganhadores do Prêmio Clio de História de 2004, com a obra Fractais da História, a humanidade no caleidoscópio, também editada pela Madras.
Muito mais que uma simples biografia, SANTOS DUMONT, BANDEIRANTE dos ARES e das ERAS é uma obra que se propõe a resgatar o verdadeiro sentido da alma nacional explorando aspectos fundamentais da vida daquele que foi, acima de tudo, um brasileiro cuja existência esteve dedicada à humanidade, em nome do bem comum. Isto porque Santos Dumont não foi somente o primeiro homem a solucionar o problema do "mais pesado que o ar", como revolucionou o mundo, alçando a consciência planetária a um inédito portal, passagem para as conquistas espaciais da Nova Era.
Nesse particular, a obra é lúcida e corajosa; num texto fluente, passa a limpo com todas os nomes e letras a verdade dos fatos ao enfocar a malfadada polêmica que atribui aos estadunidenses irmãos Wright a façanha de terem inventado o avião antes de Dumont. Mas os autores não buscam justiça só aí: sobrevoam ainda a eletrizante epopéia do balonismo, pioneiramente trilhada por brasileiros ilustres, cujos nomes, entretanto, também estão desconsiderados pela versão européia dos fatos.
Absolutamente inédito em relação a tudo o que até hoje já foi escrito a respeito de Dumont, a obra oferece ainda um Post Scriptum, uma peça literária especialmente dedicada ao intrincado tema do suicídio que, tecendo analogia entre o mito de Ícaro e a vida de Santos Dumont, aprofunda-se no denso mundo psicológico de nosso herói, aqui tratado com absoluto respeito e sob o rigor do olhar psicoclínico de Paulo Urban e Patrícia Lucchesi (que também redigiu o prefácio), ambos psicoterapeutas.
Os leitores que mantenham seus cintos bem apertados; em SANTOS DUMONT, BANDEIRANTE dos ARES e das ERAS, antes de tudo, é possível viajar sobre o pitoresco e o insólito, voar sobre o extravagante e o surpreendente que foi a vida de Dumont. Uma leitura presa às asas da fantástica aventura daquele cuja missão foi a de estreitar a distância entre os homens, ensinando a todos nós, pilotos ou passageiros na vida, que é possível crer até mesmo em nossos sonhos mais fantásticos!
7 Comments:
Amigão:
tá lá no Fala também :)
Nel Meirelles
Olá Dio.
Passei hoje no seu blog e me deparei com Santos Dumont do Paulo e Homero. Após lê-lo, não se esqueça do amigo que se alimenta dos livros que lhe emprestam.
Ronilson
Vim deixar beijo!
Não conheço os autores e muito menos o livro.
Mas a sua análise parece de um crítico literário profissional. Muito boa.
Abraço.
Oh! Santos de Minas, de cima, dos montes, aos montes, Dumonts, Sou Lô, Borges e outros Jorges, Diovvaneio com carinho nesse teu ninho ao pé-dras letras...
e aí, meu caro Diovvani... desmaiou o tempo ou a dor de dente está insuportável? simbora, poemar... ah, em 23 de outubro, me parece, é o centenário do vôo do 14 bis, não é? 1 abraço.
E viva o Santo Ícaro!
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