postagem ao som da música chão de giz com zé ramalho. a foto desta postagem, foi feita pelo cristiano enquanto eu, tocava violão no quarto da casinha de barro-sapé no "ninho das pedras". a músca: "creia-me" cuja letra segue abaixo, é uma das inéditas que tenho na gaveta e que ainda não gravei.
_creia-me_
(na fumaça da pólvora)
.
creia-me
se freud até hoje não lhe explicou
aquela velha canção do zé
deixe estar
há certas coisas que após entendidas
necessitam de muito mais explicações
e perdem o mistério a graça e o encanto
diante da revelação
.
o bom é não ser absoluto profundo
bom é ser raso e solto no mundo
o bom é não ser imã de geladeira
bom é não marcar bobeira
não se colar em nada nada nada nada
.
creia-me
tudo passa
tudo gira na órbita do transitório
passa o carro passa o moto-boy passa o avião
e sei que vai passar até o porre dessa cachaça
passa macaco passa o papagaio passa o gavião
e sei que vai passar até o ar dessa graça
.
o que ainda não passou
é porque a flecha do esquecimento
está atravessando o tempo rumo ao alvo
onde tudo é nada onde nada é tudo
tudo nada nada tudo
no infinito mistério
.
creia-me
se nietzsche passou
se lennon passou
se jobim passou
se wally salomão passou
se passou até o profeta gentileza
se tantos outros também passaram
.
me condeno então
à desaparecer no salto mortal
entre um segundo e outro
na fumaça da pólvora
na poeira do esquecimento
.
(na fumaça da pólvora)
.
creia-me
se freud até hoje não lhe explicou
aquela velha canção do zé
deixe estar
há certas coisas que após entendidas
necessitam de muito mais explicações
e perdem o mistério a graça e o encanto
diante da revelação
.
o bom é não ser absoluto profundo
bom é ser raso e solto no mundo
o bom é não ser imã de geladeira
bom é não marcar bobeira
não se colar em nada nada nada nada
.
creia-me
tudo passa
tudo gira na órbita do transitório
passa o carro passa o moto-boy passa o avião
e sei que vai passar até o porre dessa cachaça
passa macaco passa o papagaio passa o gavião
e sei que vai passar até o ar dessa graça
.
o que ainda não passou
é porque a flecha do esquecimento
está atravessando o tempo rumo ao alvo
onde tudo é nada onde nada é tudo
tudo nada nada tudo
no infinito mistério
.
creia-me
se nietzsche passou
se lennon passou
se jobim passou
se wally salomão passou
se passou até o profeta gentileza
se tantos outros também passaram
.
me condeno então
à desaparecer no salto mortal
entre um segundo e outro
na fumaça da pólvora
na poeira do esquecimento
.
para cristiano, elaine, júlio, ana paula e vanda. amigos que estiveram neste fim de semana no "ninho das pedras". cristiano, na medida do possível, estarei publicando às "trocentas" fotos você tirou. abraço para todos e espero por vocês, na festa junina, que deve acontecer em junho. "Eiiiita! vida marvada..."
9 Comments:
Fala, meu amiguirmão!
Te falei nada antes não, mas vc tá dinovu no Telescópio.:) Trem bão esse, sô :)
abraço!
Nel Meirelles
http://www.falapoetica.blogger.com.br
http://www.telescopio.blogger.com.br
minas e suas deliciosas particularidades: fim de semana numa casinha de barro-sapé, amigos, violão, música das boas, poesia, comidinha gostosa, umas talagadas pra molhar o beiço... eh, trem bão, sô. bela letra, diovvani. vc tem cd gravado? gravadora? independente? grande abraço.
Olha eu de novo. Dessa ves vc está no Fala Poética, mas é uma história que vc precisa ver pessoalmente :)
abração
Nel Meirelles
querido diovvani,
agradeço as tuas visitas
gostei muito deste post, aliás, gosto cada vez mais de vir aqui, de post para post renovo sempre a alegria da 1.ª vez que te li...
o meu último post está completo, amigo, foi escrito na totalidade, só não foi publicado na totalidade por razões pessoais
um grande beijinho,
alice
"o bom é não ser absoluto profundo
bom é ser raso e solto no mundo"
Eu adormeço com as palavras gritando nos meus ouvidos cansados de tantas teorias-notícias-receitas-equações. Eu adormeço sabendo que, por trás da minha necessidade de querer explicar tudo, de querer compreender a razão de cada coisa inserida em um campo lógico qualquer, existe essa minha necessidade de apenas sentir aquilo que está explicitamente entregue-obsceno aos meus olhos-toque-derme-sexo. Queria apenas ter o meu corpo como maior decifrador das certezas como o prazer gelado da água banhando o corpo, dos pés descansados no chão frio, do corpo lambido pela noite em uma varanda ampla qualquer... Só queria mesmo deixar meu corpo escrever sua história temporal através das linhas-minhas... Linhas de um corpo-pele-meu.
Beijos, querido
Jana
P.S: Ultimamente tenho encontrado cantos aconchegantes para descansar minhas costas... Minhas costas, olhos, mãos, vontades.
Visite meu cantinho também. Espero na minha sala ampla verde, os corpos escritos e recitados-poemas de meus amigos.
http://naselva.com/jana
http://naselva.com/brutti
Será que você é o Bob Dylan brasileiro?
Este poema, por exemplo, não o imagino a ser cantado a não ser em determinado tipo de música, que não sei classificar pois sou quase analfabeto em música. Mas sinto, de qualquer modo, que é "cantável" em música do tipo da do Bob Dylan.
E ele também cantava boa poesia.
Abraço.
"há certas coisas que após entendidas
necessitam de muito mais explicações
e perdem o mistério a graça e o encanto
diante da revelação"
Todo o poema tem a magia deste quarto da casinha de sapê, mas esta parte em especial traz o mistério, a graça e o encanto que pedem para não serem explicados.
Bom chegar aqui!
Diovane estamos aqui na casa do julio lendo seus poemas, parabêns pelas suas obras primas e e obrigado por lembrar de nós. Agradecemos pela dedicatória, e pode contar conosco na festa junina. Um grande abraco Cristiano e Julio.
Obrigado pelo carinho e atencão dedicado a mim Cristiano minha esposa e meus amigos. São verdadeiramente obras primas parabêns e muito sucesso. Pode contar conosco na festa junina. Um grande abraço Cristiano e amigos.
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