postagem, ao som de "dois rios" com skank. música de samuel rosa, lô borges e nando reis.
_"camelódrica decisão dramatical"_
.
já que sou
mesmo tonto
e orelha seca
com palavras
.
não brigo
mais com elas
só brinco
bijuterias
.
_sobre o sebo I_
o sebo é o motel
por onde trafega
sem pudor
o amante do livro
.
molha os dedos
na ponta da língua
acaricia primeira página e entrega-se
completo à leitura
.
_sobre o sebo II_
quando vejo um sebo
minhas pernas tremem
sinto vertigem
.
pois sei que lá
é o paraíso onde não há
nenhuma leitura virgem
.
mas é onde bem ou mal
amados livros esperam
abertos serem
.
_sobre o sebo III_
o sebo é o único lugar
onde à promiscuidade
faz bem à saúde
principalmente à mental
.
é onde podemos amar
leituras diversas
da poesia à filosofia
da gramática à alquimia
.
apesar do contato com leituras diversas
não nos contaminamos com doenças
exceto o vício de um livro sempre perto
ou no máximo espirros causados pela poeira
.
_sobre o sebo IV_
gosto mais
de livros usados
porque
suas frases e linhas
.
costuram
olhares de antes
na minha
comovida retina
.
porque
contam histórias
para duas meninas
que habitam minhas castanhas janelas
.
_sobre o sebo V_
sou
ensebado
mas
pela
espuma
do
pensamento-pêlo
impresso
nos
livros
.
_sobre o sebo VI_
nas prateleiras do sebo acaricio
os longos cabelos da filosofia
toco
o bico do seio da poesia
.
beijo
a boca da prosa
enredo-me
nos galhos do sertão rosa
.
ouço
trinado de "passarin" no quintal de mário
vejo
esquecido e velho sábio
.
descubro
o reflexo além das lentes da rocha glauber no céu
lembro
que sou barro quem dera dos sapatos de manoel
.
para:
sr.amadeo - que há muitos anos trabalha na rua dos tamoios, 748 com livros usados em belo horizonte.
sr.edson - da livraria popular aqui do bairro eldorado onde passo de vez em quando para comprar livros
"branco" - que tinha um sebo no edifício maleta onde comprei meus primeiros livros usados. tempo que minha carteira de trabalho era assinada como mensageiro.
.
já que sou
mesmo tonto
e orelha seca
com palavras
.
não brigo
mais com elas
só brinco
bijuterias
.
_sobre o sebo I_
o sebo é o motel
por onde trafega
sem pudor
o amante do livro
.
molha os dedos
na ponta da língua
acaricia primeira página e entrega-se
completo à leitura
.
_sobre o sebo II_
quando vejo um sebo
minhas pernas tremem
sinto vertigem
.
pois sei que lá
é o paraíso onde não há
nenhuma leitura virgem
.
mas é onde bem ou mal
amados livros esperam
abertos serem
.
_sobre o sebo III_
o sebo é o único lugar
onde à promiscuidade
faz bem à saúde
principalmente à mental
.
é onde podemos amar
leituras diversas
da poesia à filosofia
da gramática à alquimia
.
apesar do contato com leituras diversas
não nos contaminamos com doenças
exceto o vício de um livro sempre perto
ou no máximo espirros causados pela poeira
.
_sobre o sebo IV_
gosto mais
de livros usados
porque
suas frases e linhas
.
costuram
olhares de antes
na minha
comovida retina
.
porque
contam histórias
para duas meninas
que habitam minhas castanhas janelas
.
_sobre o sebo V_
sou
ensebado
mas
pela
espuma
do
pensamento-pêlo
impresso
nos
livros
.
_sobre o sebo VI_
nas prateleiras do sebo acaricio
os longos cabelos da filosofia
toco
o bico do seio da poesia
.
beijo
a boca da prosa
enredo-me
nos galhos do sertão rosa
.
ouço
trinado de "passarin" no quintal de mário
vejo
esquecido e velho sábio
.
descubro
o reflexo além das lentes da rocha glauber no céu
lembro
que sou barro quem dera dos sapatos de manoel
.
para:
sr.amadeo - que há muitos anos trabalha na rua dos tamoios, 748 com livros usados em belo horizonte.
sr.edson - da livraria popular aqui do bairro eldorado onde passo de vez em quando para comprar livros
"branco" - que tinha um sebo no edifício maleta onde comprei meus primeiros livros usados. tempo que minha carteira de trabalho era assinada como mensageiro.
14 Comments:
Claro, que nos sebos, achamos almas escondidas dentre as pequenas mazelas sofridas pelo uso que engrandece, que foge ao tempo e cria espaços, onde somos por alguns momentos o que a nossa essencia gostaria de ser....
katia Maria
Eu queria dizer isso desde a primeira vez: este diminutivo no título do blog só pode ser coisa de carinho, né? Pq seus poemas são demais!
Descobri agora que vc é de BH. Que bom. Tb sou, embora esteja morando no sul de minas há dois anos. Mas BH é onde me encontro e onde encontro os amigos! rs...
Beijos querido
Quem ama os livros, ama os sebos...Você captou todas as delicadas e intensas sensações dos amantes de livros, ao passear entre as páginas manuseadas, encontradas nos sebos. Tenho certeza! É como conversar com pessoas antigas e sábias, o ato de folhear livros nos sebos...
Adoro sebos!
Linda homenagem àqueles que trabalham em sebos!
Grande abraço a você e à sua sensibilidade.
Dora
Eu lá sabia o que era o sebo.
Mas aprendi...
Bonita homenagem ao livro usado.
Abraço e bom fim-de-semana.
querido diovvani,
agradeço as suas palavras amigas no meu blog ;)
sabe que sempre tenho uma sensação diferente única com a sua poesia?
porque você mistura e reinventa sabores e cores nos seus textos
e fica uma salada de fruta e de arco iris até à ponta dos dedos
perdoe o atrevimento de minha opinião aqui deixada desta forma
um óptimo dim de semana para si
beijinhos,
alice
primeiro que, além de um velho conhecido que vive engraçadamente chamando os outros de "oreia seca", você é a primeira pessoa que vejo oficializar esta expressão. segundo, ao homenagear os sebos e os srs. amadeo, antonio e branco, construiste uma bela homenagem às letras. e elas bem que merecem. 1 grande abraço.
Diovvani. O que houve com meu comentário daqui? Não falei o que devia? rs
Beijos.
Dora
Assim como você, sou amante dos sebos. Engraçado, Diovvani, eu gosto muito mais dos sebos do que das livrarias normais. Nos livros dos sebos, há muita história derramada nas páginas. Restos de café, lágrima, sangue, perfume ou porra, mas há sempre uma marca qualquer. Meus livros tem camadas dos outros e agora estou somando umas minhas. Tem um pouco das minhas mãos brancas-rosas e dos meus olhos castanhos lá.
Beijos, querido.
Jana
P.S: :) Pessoa sempre querida!
Diovvani, que gostoso poder passear pelo prazer partilhado pela leitura em tão ternos poemas. Muito bom mesmo! Li e voltei a ler com o intuito de escolher o que mais gostei, mas cada um fala de uma particularidade de forma tão amorosa pelo livro e pelo ler que gostei de todos.
Boa semana pr'ocê
mais um belíssimo poema esse seu. e que bem que ele me fez, vc nem imagina ... fiz uma incursão no mundo dos sebos, nos que eu já estive (fiquei com saudades) e nos que fui com vc. obrigada. beijos e boa semana. ah, e que lindo isso: "nas prateleiras do sebo acaricio
os longos cabelos da filosofia
toco
o bico do seio da poesia
.
beijo
a boca da prosa
enredo-me
nos galhos do sertão rosa"
Amigo Dio,
encontrei por aqui muito dos sebos, da poeira, da vertigem (ainda que não mais virgem), da ansiedade pela qual sou levada e levitar por esquinas e estantes com livros como peças expostas no caos... aquele caos (des)organizado de sebos que nós bem sabemos rsrsrs
Minhas retinas-meninas olham também pelas janelas, cheias de curiosidade. Já achei muita coisa boa e tem isso mesmo - o que emociona é saber que outros olhos já passaram a vista por ali. São livros que definitivamente têm história pra contar.
Poetabraços e boa semana
Clauky
que passeio interessante pelos sebos.
Uma super semana para vc.
Tem postagem nova no blog, passa lá para tomar uma cervejinha comigo.
querido diovvani,
desejo a você uma semana muito bonita ;)
beijo você!
alice
Diovanni, muito bom poema. Espero que possamos realizar muitas façanhas literárias pelo mundo. Um abraço - OPA! Oficina de Produção Artística.
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