postagem ao som da música fruta boa de milton nascimento e fernando brant com nana cayme.
_marilac menina mãe_
.
marilac gangorrava no balanço amarelo
à sombra da árvore dos poemas*
pura poesia em movimento
folhas secas caídas sobre o chão
forrado de pedras em círculo
ajudavam na composição dos compassos
do que mais parecia uma fantasia barroca
.
ao redor o companheiro edson e os filhos aguardavam à vez
arthur e joão conversavam com o tio fotógrafo de instantes
marilac leve embalava-se criança simplesmente
menina-mulher-mãe suspensa no ar
resgatando da infância o suspiro-lembrança
de se deixar livre-folha ao vento balançar
preocupações diárias esqueceu-embrulhadas
n´outro espaço do interior presente lá fora
.
porém não sabia a pequenina marilac
que seu alegre-suave vai-e-vem
por um fraco-fio estava
e no quase sonho
quando novo impulso foi ganhar
nas pontinhas do pés... acorda...
.
"track-track"
"de-serpente" o bote traidor da corda
e marilac caiu na realidade do chão duro
não houve grito ou barulho
apenas a menina-mãe seu ai mudo
e sua dor de mulher
estendidas sobre folhas e pedras
.
"após o susto e pensando bem...
caiu marilac
para que não caísse um dos filhos
há mães que são assim
se pudessem
sentiriam por seus filhos
todas as dores do mundo"
.
a poesia partiu de mim em viagem não olhou para trás e tão pouco disse se volta. se é que algum dia esteve por estas paragens. bem, encontrei o poeminha-relato acima, que é verídico; na cumbuca, uma pasta que tenho aqui no computador do escritório. é para onde transcrevo-gravo anotações que faço do meu: "desparabólico caderno capturador de pensamentos desconexos", que tenho lá em casa; onde não tenho computador. portanto se eu quiser fazer novas postagens, vou ter que meter a mão na cumbuca e ver o que sai de dentro. o tombo da marilac, esposa do meu amigo edson, ocorreu numa tarde de domingo do ano passado. depois do ocorrido, a família não apareceu mais. aproveito para informar que o balanço está de cordas afinadas e novas. benção para o arthur (meu afilhado) e abraço para todos vocês. lembrei-me com essa história de balanço, de uma entrevista do escritor rubem alves no programa da leila entrevista, na rede minas. ele disse mais ou menos o seguinte, se não atrai-me à memória:
"quem usa balanço não tem depressão, não tem como!"
"se eu fosse político prometeria balanço nas praças para todo mundo."
"o que deus faz é brincar. o universo é uma grande brincadeira."
"deus é a grande melodia tocada no universo. não peço a deus nada.
apenas quero ouvir sua melodia.
"quem usa balanço não tem depressão, não tem como!"
"se eu fosse político prometeria balanço nas praças para todo mundo."
"o que deus faz é brincar. o universo é uma grande brincadeira."
"deus é a grande melodia tocada no universo. não peço a deus nada.
apenas quero ouvir sua melodia.
.
*árvore dos poemas – por causa dessa idéia uns amigos e parentes dizem que é a confirmação, de que eu não regulo bem das idéias. essa árvore, é onde coloco engarrafados, os poemas que gosto e ainda por cima, ficam na sombra, protegidos do sol e da chuva. faço da seguinte forma:
.
1) imprimo um poema que gosto numa folha. (uso frente e verso)
2) enrolo a folha e faço dela um canudo, que passe pelo bico da
garrafa pet transparente.
3) coloco a folha dentro da garrafa - a folha se abre.
4) prego a tampinha da garrafa no tronco ou galho na árvore.
5) enrosco a garrafa na tampinha pregada na árvore.
6) pronto! está "plantado" um fruto-poema na árvore e assim por diante.
para ler os poemas, basta desenroscar a garrafa da árvore e "saborear" o fruto-poema, (com os olhos) na sombra da árvore. algumas pessoas acham que tem que tirar a folha de dentro da garrafa (acham difícil ler) . digo que não. tem que "interagir" com o poema, mesmo dando algum reflexo de sol. é isso, ficarei feliz se mais alguém fizer pelo menos uma "Árvore dos Poemas" por esse mundão afora. e aguardem, porque a idéia está evoluindo vem ai a "Árvore dos Poemas Sonora". pois é, agora estou dando um jeito, para fazer a árvore literalmente falar-declamar, os poemas. tenho um novo amigo português, que mostrou-se disposto em ajudar-me, nessa tarefa. português e brasileiro... fazendo árvore falar... só faltava essa... podem fazer piada, não ligo não, sei que o mote é bom. posso até ser meio-maluco, mas tenho andado muito-de-bem-com-a-vida.
*árvore dos poemas – por causa dessa idéia uns amigos e parentes dizem que é a confirmação, de que eu não regulo bem das idéias. essa árvore, é onde coloco engarrafados, os poemas que gosto e ainda por cima, ficam na sombra, protegidos do sol e da chuva. faço da seguinte forma:
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1) imprimo um poema que gosto numa folha. (uso frente e verso)
2) enrolo a folha e faço dela um canudo, que passe pelo bico da
garrafa pet transparente.
3) coloco a folha dentro da garrafa - a folha se abre.
4) prego a tampinha da garrafa no tronco ou galho na árvore.
5) enrosco a garrafa na tampinha pregada na árvore.
6) pronto! está "plantado" um fruto-poema na árvore e assim por diante.
para ler os poemas, basta desenroscar a garrafa da árvore e "saborear" o fruto-poema, (com os olhos) na sombra da árvore. algumas pessoas acham que tem que tirar a folha de dentro da garrafa (acham difícil ler) . digo que não. tem que "interagir" com o poema, mesmo dando algum reflexo de sol. é isso, ficarei feliz se mais alguém fizer pelo menos uma "Árvore dos Poemas" por esse mundão afora. e aguardem, porque a idéia está evoluindo vem ai a "Árvore dos Poemas Sonora". pois é, agora estou dando um jeito, para fazer a árvore literalmente falar-declamar, os poemas. tenho um novo amigo português, que mostrou-se disposto em ajudar-me, nessa tarefa. português e brasileiro... fazendo árvore falar... só faltava essa... podem fazer piada, não ligo não, sei que o mote é bom. posso até ser meio-maluco, mas tenho andado muito-de-bem-com-a-vida.
12 Comments:
deu-me vontade de colher frutos-poema ao pé dessa árvore felizarda, provedora de sombra e versos...
outra verdade que contou muito bem por aqui foi: pudessem as mães sentir todas as dores do mundo no lugar dos filhos...
Nel avisou pr'eu vir aqui - ainda bem que vim!
Poetabraços
Clauky
querido diovvani,
fico muito feliz por visitá-lo num dia com post fresquinho
adorei ler e quase ouvi o milton por baixo das suas palavras
um grande beijinho, meu amigo
até breve e tudo de bom
alice
Cara!
Como é engraçado esta tal de poesia, o que seria apenas um tombinho acidental que poderia talves ser mais gravel, o poeta viu nele uma poesia e o tombo ficou eternizado.
O bacana é que voce conseguiu ver o lado bom desta queda, " a mâe caiu , talvez para evitar que o filho caisse.
O Michupa.
Tem pessoas que são a PROPRIA POESIA !!!
Assisti a uma palestra de Rubem Alves recentemente e guardei muitas de suas frases , dentre elas " Um adulto que se assenta num balanço é porque perdeu a vergonha. E perder a vergonha é o início da felicidade"
Beijos em vc
querido amigo,
sabe como gostei de todas as suas visitas e num momento de afastamento, venho agradecer todas as suas palavras, por favor me desculpe se o decepciono, quero poder vir aqui visitá-lo sempre, posso? espero que sim, diovvani. um grande beijinho para você,
alice
Tem tudo aqui...Tem balanço, poesia, risos, lágrimas, sonhos, enfim, um terreno, digo, blog, onde se pode ficar por horas, inventando a vida, brincando e sendo feliz!!!! E na companhia e com a proteção de "um meio-maluco" adorável!!!
Abração!!!
Dora
Eu não vou comentar o seu post na íntegra, pois teria de estar aqui uma hora a escrever, tantos e tão ricos são os aspectos que aborda.
A sua ideia da árvore dos poemas, sendo louca, é genial. Não faço ideia onde está a árvore, deve ser no seu quintal.
Mas, levando a sua louca ideia mais em frente, não seria de criar um movimento internacional de fazer o mesmo nas árvores das cidades? Bem, não sei se haveria garrafas para as encomendas...
Um abraço caro amigo e parabéns pelas suas geniais ideias e escritos.
Querido Dio,
Saudades de você, das tuas poesias e e-mails!!
Pq. sumimos..sinceramente não sei..penso muitas vezes neste pq!!
Sou suspeita para comentar teus textos, pois os acho extremamente poéticos, questionados e pronfundos ( todos!).
Este de hoje vou destacar um trecho que achei de uma delicadeza e beleza ímpar...
"menina-mulher-mãe suspensa no ar
resgatando da infância o suspiro-lembrança
de se deixar livre-folha ao vento balançar.."
Beijo na tua doce alma.
Andréa Motta
diovvani, meu velho, poesia é bicho danado de gostar de solturas, indomável que só ela. vem na hora que quer; vai na hora que deseja. sem nem ao menos dar-nos a mais ínfima das migalhentas explicações. mas, em vc, meu amigo, sei não, mas desconfio que ela fez foi morada, ainda que vezenquando se faça companheira dos silêncios. ah, e esta sua "árvore", hein, genial. cum deus, velho.
Adorei isso da árvore dos poemas!
Sempre bom passear por aqui... :)
Beijos!
Ei, menino...
Sabe, Diovvani... Você me ensinou a ser um pouco mais solar... Eu que só ando Noturnando, né? Gosto da leveza dos teus poemas, da tua voz de menino, dos olhos atentos à vida, que é o próprio poema, aguardando apenas que a gente estenda a mão e guarde um pouco para si.
Este poema é leve como o ritmo do balanço. Precisamos de pouco para voar. Um pedaço de madeira ou pneu... Umas cordas e disposição para deixarmos a nossa vida de riso contido, de mãos fechadas, de carne tensa, para experimentar este retorno à infância, ao vento todo assanhando os cabelos... Assanha meus cabelos...
@)--)--------
Você se tornou peça boa no meu dia. Sei que estou meio sumida, que estou demorando em responder e-mail... Minha vida está meio doida, mas logo-logo espero botar as folhas no lugar... Mas seu lugar, ah, este está sempre guardado.
Queria ter uma árvore para fazer o mesmo. Queria ter um transportador de partículas para parar aí em Minas, para te dar um abraço forte e para dizer obrigada por ser meu Drummond anos 2000. Homem de olhos inocentes e doces.
Beijos
Jana
Fiquemos com essa de que o universo é uma grande brincadeira, e vamos brincar, enquanto é tempo! Meu abraço.
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