Postagem ao som da música Viola Quebrada (Ary Kerney e Mário de Andrade) com Rolando Bboldrin.
(pintura de juan gris)
_urbano aprendiz do violar canções_
.
todo dia mineiramente depois da labuta
do dedilhar-desembaraçar bits-bytes
um aprendiz de violeiro impregnado de paciência
calça os mesmos passos de ontem na tardezinha
.
chinelos nos pés viola nas costas desce a rua
em frente olha a lua subir noite-esconder-grilos
aos vizinhos sorri gestos-acenos-cumprimentos
um dedo de prosa ligeiro – um "inté manhã" – seu toni – "inté"
.
"o velho de bigode branco está com seu inseparável radinho-de-pilha
fumando o resto de vida da tarde enquanto ouve no portão entre pigarros
fresquinhas às notícias do futebol na rádio itatiaia – perde o brasil a copa 2006
- sempre depois da ave maria – o papo da turma do bate-bola"
.
passa pela padaria desce 1ª esquerda chega em casa beija quem lhe aguardava
repousa na cama a viola – as cordas vibram – saudade (não é dia de aula)
a mulher companheira grávida de esperas lhe dá a mão
para mais uma caminhada no tecer de fios e planos ao redor da vida
.
esse urbano aprendiz de modas é meu amigo-irmão-ronilson
ele é sábio pois o vejo humilde catar nota-por-nota para formar
na ponta dos dedos acordes-bebês ainda no engatinhar
mas breve sei será pai de canções adormecidas nos cafundós de sua viola
.
para os felizes companheiros de viagem na mesma nave-mãe: ronilson e simone souza. e surpresa... fiquei sabendo agora às 18:19 que o casal terá o primeiro filho(a).
19 Comments:
Olá, Diovvani. Gostei pacas do poemas - sou mineiro, interiorano legítimo, e conheço bem essa paisagem retratada. E vc retratou ela muito bem! Gostei!
Não sou de Minas, mas meus olhos-imaginação sempre visitam estas paisagens pelas linhas de Diovvani.
Redescobri o cheiro de terra e o gosto pela imagem do verde através dos seus poemas, Diovvani. Redescobri a leveza, pelo menos na poesia, entre estes dias ultimamente tão cinzas e pesados.
Gosto muito de suas linhas, mineiro. Gosto e guardo um pouco delas para mim, como doce onde se mete o dedo e prova o sabor maior de sentir o gosto na clandestinidade.
Beijos,
abraço forte,
Jana
Amigo Diovvani, passeei pelos poemas que ainda não tinha lido e é tão bom encontrar o cheiro da mineirice no seu palavrear. A blogosfera nos aproxima a todos de todas as partes do nosso país e é tão bom ver que, mesmo morando num pedaço de chão do tamanho de um continente, somos todos mais semelhantes do que costumamos pensar.
Belo poema! Bela é a amizade que faz surgir poema tão belo.
Abraço n'ocê
passeando por aqui ... boa semana.
passeando por aqui ... boa semana.
querido diovvani,
perdoe-me a ausência, por favor
adorei sua visita e suas palavras
mas o tempo é ingrato na net, dois ou três dias parecem meses a acumular saudades indiscritíveis
adorei vir hoje terminar meu primeiro dia da semana por aqui
espero que esteja bem, caro amigo
seu post é indizível
beijo inefável
alice
Diovvani! Que jeito danado de saboroso você tem para arrumar as palavras! Eu não sei explicar...Uma ternura, uma coisa assim como um dia nascendo mansinho...
E eu começo a achar a vida tão inocente e nova, nos seus escritos!! Não sei mesmo, explicar...
Só sei que gosto!!!
Deixo-lhe beijos!
Dora
Meu irmão: vc é mineirim dimais da conta quando arruma essas palavras... elas vem com gosto de branquinha, cheiro de chuva em manhã de sol, filas intermináveis de formigas indo pro trabalho, poeira da pampulha e vontade de ninhos de pedras.
Agora que o Ronilson vai ser pai, falta você e a musa-de-olhos-verdes me darem um poema-sobrinho, que cante poesia pelas madrugadas e faça todos nós sorrirmos com caras de bobos. E sem esquecer a mamadeira, que no começo não pode ser de pinga, só quando ele tiver a idade do meu filhopoema.
abraços fortes, meu amigo. Admiro você e sua poesia.
Nel Meirelles
http://www.falapoetica.blogger.com.br
querido diovvani,
vim cumprimentá-lo e aproveitei para reler tudinho
saio daqui de cara abanda, meu amigo, você é invulgar, gosto!
beijinho grande,
alice
Diovvani, meu velho, o aprendizado por aqui tem se dado na marra, na lida com os cafundós urbanos da correria e da total falta de tempo. Mas é preciso, sim, arrrumar que seja um átimo de tempo para visitar os amigos. E eis que encontro aqui gestações: de canções e de bebês. Salve, Ronilson. Salve, Simone. Salve, a santa cegonha que não é dada a se perder pelos desmaios do tempo. Ah, e faço coro com o Nel pra que você e Vanusa sejam os próximos cancioneiros. Previsão de poeta é foda, hein. Costuma ser vaticínio. Cum Deus. 1 abraço.
Para além de poeta, você é um exímio contador de histórias, sejam em prosa ou poesia.
Neste poema você consegue que se veja o ambiente humano de uma região do Brasil que, para mim, que nunca respirei o ar daí, acaba por ser o do Brasil inteiro...
Um abraço e bom fim-de-semana.
querido diovanni,
vim visitá-lo e ainda não tem novo post, mas aproveito esse para desejar-lhe um óptimo fim de semana
beijinho grande
alice
Ei, menino... Passei uns dias in off, mas estou voltando aos pouquinhos. Ouvi a canção que você mandou e gostei muito. Você vai gravar ou não?
Saudades de vc!
Cuide-se, menino das Minas.
Beijos
Janis
Menino, a cada vez que apareço por aqui me espanto com este seu jeito maravilhoso de contar a vida através da poesia. Vc é muito bom com as palavras, viu? Maravilhoso mesmo.
Um super beijo.
Lendo você, a impressão que se tem é que você é um exímio e sensível poeta, capaz de traduzir em palavras o que às vezes não conseguimos dizer. Lindo o que li, parabéns!
BeiJuivooooooooooooossssssss da Loba
Uma boa semana para você.
Abraço.
Diovvani, uma boa semana pr'ocê e um abraço
querido diovvani,
como vai você? ainda não há novo post? ora, tenho saudades!
o calor aí também sufoca como aqui?
nem dá vontade de escrever, não é mesmo?
beijinho grande
alice
Dio!
que bela dedicatória aos companheiros de viagem. Uma delícia de poema-conto.
Comecei... e quando vi já chegava ao fim com gostinho-de-quero-mais ;)
beijos meu amigo querido
Clauky
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