TORÓ DE JANEIRO
I
Inaugurei
mais um
calendário.
Antiguidades
ainda cochicham,
imprecisas atrás de mim.
Como se fossem,
beatas
em procissão.
II
Um relâmpago trouxe-me
a lembrança de minha bisa:
- Anda menino, sai da rua, olha o toró...
Passa pra dentro. Deus está raiando...
Veste aqui, o paletó do seu avô...
Se não você constipa, danado!
Vai buscar o terço, vai...
III
A chuva
serena
meus pêlos
enquanto:
negrita
o verde
das folhas,
ressuscita
passadas
páginas.
IV
Meus passos
estão embriagados
de água.
O barro de janeiro,
pavimenta estrada
que não promete:
levar-me ao sol
de mais um
dezembro.
V
Mudo caminho
entre a multidão falante
que não vê:
a poesia muda
crescer.
I
Inaugurei
mais um
calendário.
Antiguidades
ainda cochicham,
imprecisas atrás de mim.
Como se fossem,
beatas
em procissão.
II
Um relâmpago trouxe-me
a lembrança de minha bisa:
- Anda menino, sai da rua, olha o toró...
Passa pra dentro. Deus está raiando...
Veste aqui, o paletó do seu avô...
Se não você constipa, danado!
Vai buscar o terço, vai...
III
A chuva
serena
meus pêlos
enquanto:
negrita
o verde
das folhas,
ressuscita
passadas
páginas.
IV
Meus passos
estão embriagados
de água.
O barro de janeiro,
pavimenta estrada
que não promete:
levar-me ao sol
de mais um
dezembro.
V
Mudo caminho
entre a multidão falante
que não vê:
a poesia muda
crescer.
Diante de pés
que calçam,
os velhos sapatos
das urgências.
- Hem ?
32 Comments:
boa noite ;) tinha tantas saudades suas. no natal pensei em você. e mandei meus melhores pensamentos. tinha vergonha de escrever. agora também. me desculpe as ausências. foi bom receber de novo seu link por mail. obrigada e um beijinho.
Eita, jeito bom de inaugurar janeiro, com este foto-poema familiar... sábia, sua bisa, caro Dio, protegeu o Poeta das coisas da chuva, e nos deu, hj, este poema.
Grande abraço!
Compadre Dio - É essa sua Manoelzice de Barros a pôr tudo embaixo de chuva e deixar no céuzão escuro o eco das palavras da vó. São as chuvas de janeiro inundando o verão. Feliz ano todo viu! Riodaqui leva um piano na enxurrada e trans & borda + abraço. Paulo Vigu
bonita queda de palavras.
porque não publica na lista para todos lerem esta maravilha?
apresente-se ao grupo ou não nos quer conhecer?
Diovvane, meu Deus!!! Foi o melhor poema seu que já li aqui! Gostei demais! Parabéns!!!! O fim é arrebatador...
beijocas e muita transpiração em 2007
MM
Ê poeta! Mineiro tão amado pela poesia! de dedos igualados pássaros, de versos de vôos breves - tão leves, que para sempre arquitetam paradas! Eu vou aqui de canto, carona nas tuas rendas de Janeiro, mandando abraços na chuva que se derramar em ti. Tanta saudade, amado amigo!
E a lembrança tua é um colibri agitado, adoçando as imagens do meu Janeiro.
***ESTRELAS!!!***
Teus poemas que estrearam este ano novo me lembraram dois Manoéis...
É bom vir aqui lembrar das coisas simples e belas da vida: chuva, avó, pêlos, folhas, barro, verde, poesia, amizade.
Bom demais começar a caminhada desse ano levando isso tudo na bagagem.
Beijo,
Isabella
abertura no. 2, se eu não me engano, é do disco influências, não é? salve, marco antonio araújo. salve, diovvani, artesão talentoso de palavras tanto simples quanto imprescindíveis. cum deus, velho.
E inaugurou o calendário muito bem.
Outra coisa não seria de esperar de um poeta como você.
Um abraço.
essa infância tbm foi minha!
Pintas belos quadros de janeiro!
Bom voltar aqui!
abraços Jardineiros
olá amigo das montanhas,
Esse toró de janeiro...
tá que me inunda e afoga!
ainda bem que tenho minha boia-salva-vida-"polianística", que me faz ver sempre um grande aprendizado das situações da vida,
valeu a força qualquer hora dessas te faço de ombro virtual, quem mandou oferecer...;)
beijos
Dio,
Esse seu jeito de contar a vida de uma forma tão deliciosa me deixa com aquela leseira gostosa de vontade de rir...
Vc é um desses grandes presentes do mundo virtual.
Todos os beijos.
Teus passos estão embriagados de poesia. Quer água melhor?
Diovvani,
teus poemas têm algo mágico, que fica no gosto, na alma da gente após a leitura. Sempre sinto isso quando os leio. Abraço, grande! Tô te passando um e-mail.
Diovvani, teus poemas têm algo de mágico, um sabor aveludado que fica no gosto, na alma da gente após a leitura. Sempre sinto isto quando os leio.
Abraço! Verifica a caixa de e-mail.
, inaugura calendários, lendas e revê fatos. as vezes é bom tomar uma chuva, com devido cuidado pra não constipar...
, magistral!
|abraços meus|
Olá, meninopoetadasmontanhasgerais. Poesia que vem com a chuva é poesia que lava a alma com cheiro de terra e flor.
"pés que calçam os velhos sapatos das urgências"? Nossa! Só vc mesmo, Diovvani!
Amigo, tô num canto novo. O que vai dar, num sei, mas não quero planos, só caminhos.
Espero vc lá.
Abraço.
Saudade d´ocê, Diovvani poeta. E das suas desencarril(h)adas palavras que vão para onde querem...Vão para trás, no tempo dos avós, das chuvas que molhavam mais gostoso que as chuvas de agora...E vêm para o janeiro de hoje, que leva para o janeiro de lá...Enfim...Palavras em mãos de poeta fazem uma desarrumação linda!
Abraço saudoso!
Dora
Hein?
Ah, poeta, janeiro e suas inundações benfazejas...
que seja,
que seja!
Abraços desde os pampas.
Vim deixar um afago daqueles bons e suaves, apesar de toda acidez em que estou metida.
Estou em fase de silêncio e de punhos cerrados, mas ainda assim minhas mãos são suaves para os amigos que amo.
Beijos e saudades,
Jana
Ei, amigo, valeu sua presença por lá. Valeu mesmo.
Um abraço das bandas de cá, onde tudo tem cheiro de mar.
Poetamigoamado,
Não quer ser meu presente de aniversário???
Te ajeita no canto do sabiá
e vem logo, voando
bem depressa prá cá!
Vai ser um dia onde a saudade
Vai cantar mais alto que todas as cores.
***Estrelas iluminem***
A minha dor-de-dente-de-leite distrai-se, indiferente, sempre que estou entre os trens dos teua versos. É só deleite!
Peoma tão gostoso de ler quanto a chuva de janeiro.
Mas, algo nele me inquietou... muitas chuvas, muitas virão em demasiados janeiros.
beijos
um pé no passado, o outro na poça, o outro no presente, o outro no futuro e o outro, um pé d'água.
adorei, todos estes poemas inaugurantes e inundados de Janeiro!
poeta, muito obrigado pelas palavras sempre carinhosas e prestigiosas de sempre! tu és mesmo querido e muito!
e quanto à sua música, olha lá que eu vou ficar no seu pé ein!?
abração, meu chegado!
velhos sapatos das urgências e antiguidades beatas... sinto mudança no ar! novos janeiros.
quando o antigo
espreita o canto
do novo
a poesia muda
cresce
amei!
poetabraços
clauky
obs: tem novidade "importantíssima" no meu blog... hehehe
já percorri um não sei quanto de vezes a tua chuva de janeiro e dela não consigo sair...
Dio - Ataquei de "raicai" da chuva, pois a prórpia insiste aqui. Tá tudo cheio d'água e lembrei-me do seu toró de janeiro. Li outra vez e ri. É exatamente assim. No mais, riodaqui leva abraço no barco e barco desce a correnteza. Paulo Vigu
li e reli, quase não consegui sair daqui. a sua poesia é linda. beijos.
Olá, meu camarada. Sempre bom poder vir aqui. Olha, visitei o Rio de Janeiro, numa caravana de poetas mineiros, trocando algumas idías por lá sobre blogs bons de se visitar, falei com a Marla, que imediatamente lembrou do seu espaço aqui. Muito pequeno esse mundo virtual. Abraços!
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