poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Postagem ao som da música Eu viajei de trem - Sérgio Sampaio.
AQUI NÃO TrEM, COISA COM COISA

Primeiro nevou num dos cílios
de minha sobrancelha direita.

Vejo agora que, o mesmo nevar alastrou aos fios,
da mini-floresta em meu peito.

Acho que sei: são os primeiros sinais de meu SuperDesAquecimento lobal
e, para compensar, a natureza uiva e faz, em mim nevar.

Cuidado! As linhas aqui são retas, mas no meu expressar – caduco e vario.

Ouvi notícia na tv que, serão mais quentes os dias no planeta.
Eleva-se à temperatura, mas chuvas resfriarão o entardecer.

Se teremos: sol e depois chuvas, pois que nasçam então muitos arcos
para dispararem prismas e multicoloRir a realidade nos espelhos abaixo de nossas íris.

Uns dizem que, foi Deus quem tramou tudo que existe.
Outros, ao contrário, que, tudo é uma puta-coincidência parida do acaso.

Eu não sei, sou colecionador de meras suposições e incertezas.
Ouço, um ali, outro acolá; pondero e fico, (ru)minando mais indagações.

Mas SintO: existe uma sabedoria escondida em tudo.

Acredito que a Terra: é o útero da via-láctea.
O Sol: o coração, que, jorra o sangue-luz e faz viver.

Os demais planetas? Ah,(...) devem ser outros órgãos do corpo lácteo
e, eu, sozinho, não dou conta de ir, correlacionando ao corpo humano.

Acho que quando morremos a terra-útero nos concebe
em outros (in)finitos fundos nunca findos-vindos.

Há dias em que tento em vãos capturar
O que, fora do tridimencional gravita.

É quando tento traduzir em palavras
sentimentos dispersos em outra órbita.

Mas tudo foge de minha compreensão enjaulada na carne.
Meu raciocínio sempre vacila, nas coisas de Deus ou algo que o valha.
***
Escreveu um dia - Jorge de lima:
"Não procureis qualquer nexo naquilo que os poetas pronunciam acordados"

27 Comments:

Blogger Marla de Queiroz said...

Ah,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,quero saber o que ele contou!!!!!!!!!
Que inveja branca dele!!!!!

sexta-feira, janeiro 12, 2007 2:36:00 PM  
Blogger Marla de Queiroz said...

" mas tudo foge da minha compreensão enjaulada na carne..."

Eu queria ter escrito isso!!!!!!!!!!!!

Seu lindo!
Todos os beijos.

sexta-feira, janeiro 12, 2007 2:39:00 PM  
Blogger Saramar said...

Se for assim, os poetas são as chuvas, o sangue, o sal da terra.

beijos

sexta-feira, janeiro 12, 2007 3:57:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

E a frase final diz tanto... por isso adoro os poetas.

Bjos malditos.

sexta-feira, janeiro 12, 2007 7:12:00 PM  
Blogger Ariane said...

amigo, você é mestre em dizer o pensar alheio...


"...colecionador de meras suposições e incertezas..." assim também me sinto, mas vez por outra me disfarço de "dona-da-verdade" e faço de minhas relatividades absolutas incoerências, e sendo mestra das contradições, vivo enjaulada entre o que sou,o que penso e o que vivo.
mas...
"sintO: existe uma sabedoria escondida em tudo"

lindo,lindo lindo...

beijos,beijos,beijos

sábado, janeiro 13, 2007 6:52:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Dio - poetairmão - Versos pensamenteiros em safra de janeiro vêm com essa chuvarada e me fazem entender o quanto vacilo também, quando me vejo pensamentando as coisas de Deus, a imensidão e os monossílabos gigantes sal mar sol e som. Riodaqui é correnteza e o barco leva abraço. Paulo Vigu

sábado, janeiro 13, 2007 7:16:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

, o cosmos. poeta observa o universo e mostra em versos vários.
, vamo pro alto paranaíba?
, inté.
|abraços meus|

domingo, janeiro 14, 2007 12:02:00 PM  
Blogger mg6es said...

Caro Dio... um belo poema metafísico, que tresli, e a cada vez, uma nova voz, gritante-muda disse-me, que vc sabe muito bem captar o que vai noutra órbita, e mais, transmutar tudo finamente para o real. Sou teu fã!

Ah, hoje lembrei de vc, pois acordei com Elomar, Xangai e cia, Cantorias2, e sei que vc gosta, né?
Um dia, a vida há de nos premiar um encontro.

forte abraço!

domingo, janeiro 14, 2007 3:15:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

de trem, a pé, ou de bike-horti, a neve que grisalheia aí, também grisalheia aqui. e tudo parece cada vez mais se encaixar nas coisas do valha-me deus. e seu poema é trem bão que só vendo, lendo... 1 abraço.

domingo, janeiro 14, 2007 3:46:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Diovvani, mais um poema daqueles encontro aqui hoje! Gostei do trecho, "os demais planetas...", que é um achado e tanto! Nunca mesmo se deve dar bola ao um poeta acordado! Meu velho, a viagem do Rio foi muito em cima da hora, e por fim acabamos aportando um dia em BH, para uma troca rápida de idéias com umas poucas pessoas que conseguimos contatar! Eu mesmo nem fiquei em BH, vim direto para minha cidade! Mas estamos vendo para breve um passeio por aí, para levar uns livros e ler poesia nos bares! Espero muito poder contar contigo quando aportarmos por aí! Abraços, meu camarada!

domingo, janeiro 14, 2007 7:59:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

gostei dos veros e das suas razões azuis

segunda-feira, janeiro 15, 2007 10:11:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Que escrito maravilhoso! Adorei também a citação de Jorge de Lima. Que mundo louco, que clima louco... E o trem vai partindo... ;)

Ah, sou fã de Sérgio Sampaio!

Beijos, querido!

terça-feira, janeiro 16, 2007 2:17:00 AM  
Blogger Nilson Barcelli said...

Excelente este seu poema sobre as "coisas de Deus ou algo que o valha".
Mas como você escreve é que não é "uma puta-coincidência do acaso".
Abraço.

terça-feira, janeiro 16, 2007 4:25:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

"A expressão reta não sonha." Manoel de Barros
Preciso dizer mais alguma coisa? Uma poesia assim sonha.
Um abraço, amigomineirodomadordasexpressõesqueteimamemserretas!

terça-feira, janeiro 16, 2007 6:16:00 AM  
Blogger Rayanne said...

Poeta, amado, lupino e amigo...
Neves sentenciam pêlos, na prisão cárnea da alma: alma não tem pêlo. Nem idade, alma só tem às vezes é gelo: que prá não doer assim, saudade.

Eu não sei o que será de nós, quando a Terra parece ter se cansado do seu algoz... quem sabe sejamos apenas um poeminha ruminado, esperando outra métrica prá acontecer?

De qualquer forma a nós cabe apenas viver. E o que a poesia uniu, o homem não separe.
Amo!!!!

***Estrelas para teus passos***

terça-feira, janeiro 16, 2007 8:14:00 AM  
Blogger Marla de Queiroz said...

Dio,
A visita dessa minerada rendeu amizade e saudade gorda...
Especialidade de vcs deixar a gente assim, querendo mais, né?
Tomara um dia a gente possa fazer um encontrão juntando esse povo todo que nos visita,que nos lê e que lemos sem conhecer o rosto, a voz, o abraço...
Vontade mesmo, viu?!

terça-feira, janeiro 16, 2007 3:47:00 PM  
Blogger Luzzsh said...

Oi Dio,

Ah, que delícia de se ler..."traduzir em palavras sentimentos dispersos" é arte para poucos. És um destes.

Beijos...

quarta-feira, janeiro 17, 2007 10:10:00 PM  
Blogger Marla de Queiroz said...

Vc que é foda, seu bonito!
E querido demais...
Quanto a mim, ando numa danadice só! rsrsrsrs...
Todos os beijos djavaneados!

quinta-feira, janeiro 18, 2007 8:41:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ai, ai, que post mais gostoso, do começo ao fim [amei essa imagem da bike de vegetais e aaaaamo Jorge de Lima]........ Tudo bom! Poema! Sérgio Sampaio!

beijocas, querido Diovvani

MM

ps: quando quiser brincar pelo canteiro Fina Flor, fique á vontade, você sabe que é bem vindo ;o)

quinta-feira, janeiro 18, 2007 3:52:00 PM  
Blogger . fina flor . said...

Não creeeeio! Tudo que escrevi deu erro e pedi, arrrrrrr

Então só vou dizer que gostei de tudo nesse post!!!!!!

beijocas

MM

quinta-feira, janeiro 18, 2007 3:53:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Me escapam a veia, o arco, a íris. Guardo somente poeira de esquecimento, um trânsito novo em casas que não habito - órbita daquilo que sinto quando estou acordada...Caro Diovvani, tua poesia grudou nos cílios e lambeu a lágrima. Grata!

quinta-feira, janeiro 18, 2007 5:49:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Irmão Dio - de " sentimentos dispersos em outra órbita " carrego um rio que trans & borda nesse janeiro e passa aqui outra vez. Riodaqui corrente leva abraço. Paulo Vigu

sábado, janeiro 20, 2007 8:12:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Puro delírio, viagem impactante meio a planetas e energias vitais, nascimentos, teorias.
Aliviou-me saber que somos parte de um corpo, que somos útero e portanto, vivos = de fato.
Vou dar crédito a esta conclusão por algum tempo, pensamento tão poética, tão lírico e primaveril...

Vou pensar nisso mais atentamente
rs


Meu abraço, man.

domingo, janeiro 21, 2007 11:59:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Rapaz, falando em dias quentes, chuvas... semana passada estive olhando o arco-íris. Fiquei impressionado com a beleza. Do outro lado do céu, as nuvens adquiriram um colorido que parecia fogo, ouro, sei lá! Fiquei louco!!! Queria estar num avião passando no meio daquelas nuvens. Estava de joelhos na janela do apt. (quer dizer, em cima de uma cama e debruçado na janela). Orei, agradecendo a Deus aquela beleza.
Nós que moramos em BH sabemos o quanto o céu aqui adquire essas nuances. É inacreditável. Não é sem razão que a cidade se chama Belo Horizonte. Semana passada tive essa constatação.
Meu amigo, abraços e um bom início de semana pra vc.

domingo, janeiro 21, 2007 9:35:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Apesar de já ter comentado o poema, ao encontrá-lo por mais uma vez, me ocorreu que aqui, como vc disse, não tRem, coisa com coisa, aqui, coisa sem coisa, coisa de coisa alguma, coisa de coisa nenhuma, coisa descoisificada, coisa destemperada, coisa de ALMA, de alma lavada! rs... Gosto por demais de sua poesia!
Amigo, tenha uma boa semana!

domingo, janeiro 21, 2007 10:29:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Belo!
se o anterior poema amei neste dislumbrei.
bom trabalho de poesia.
palmas em pé!

terça-feira, janeiro 23, 2007 4:52:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Oi, Poeta.
Cê tá cada vez melhor, hein?
Vou levar uma ou duas linhas daqui para a doceria.
Tá?
Docesss
Vicente

terça-feira, janeiro 23, 2007 2:25:00 PM  

Postar um comentário

<< Home