(Arte de Allen Jones)
ERA UMA VEZ UM PASSARINHO
O silêncio é mudo,
mas tem movimento.
Eu ví... Ele é como um gato,
engatilhando o salto;
no átimo antes
do disparo,
para saciar a fome
em cima do telhado.
Eu vi...
entre unhas-patas-dentes.
O silêncio piar, durante
o último vôo dumas penas.
O silêncio é mudo,
mas tem movimento.
Eu ví... Ele é como um gato,
engatilhando o salto;
no átimo antes
do disparo,
para saciar a fome
em cima do telhado.
Eu vi...
entre unhas-patas-dentes.
O silêncio piar, durante
o último vôo dumas penas.
...
Escreveu um dia - Paulo Leminski:
"Quem quer que a poesia sirva para alguma coisa não ama a poesia."
31 Comments:
Que perfeição esse entrelace mortal!
beijo
Esse silêncio mudo que se movimenta e pia faz de tudo mesmo, porque solto em qualquer ventania. Era um voar de passarinho? Abraço nas águas indo aí. Paulo Vigu
teu blog está muito bonito...é muito bom vir aqui.
Oi,
Te encontrei no Falares.
Gostei muito teus comments e teu blog.
Parabéns.
, "o último vôo dumas penas" eterniza em teus versos...
|abraços meus|
era uma vez um passarinho
era uma vez uma passarada...
o último vôo dumas penas
o primeiro vôo duma alma...
oi amigo!
beijo graaaande pra você!
Oi Dio,
'Tô com você e com Leminski!
É bonito pensar em "silêncio piando"....
Beijos...
agora mesmo, pela fresta aberta de minha janela, vejo um bem-te-vi matinal batendo seu ponto diário na copa da árvore de me vizinho. ah, e alguma coisa, coisa nenhuma, qualquer hora, dia desses ... são das melhores expressões que conheço e que andam padecendo de um profundo desuso. fica cum deus, meu velho.
Outra coisa primorosa, este poema, Diovani. Releio e, maravilha! Rapaz, isso faz um bem à alma! Parabéns! E a citação do Leminski, que aliás, também é adequada à filosofia, caiu como uma luva. A beleza (que produz essa sensação maravilhosa) foi definida por Kant como um "prazer desinteressado". Abraço, amigo!
...glup!
Corro aqui emprestar asas de sabiá, ou melhor, vôo: e vem um silêncio me engolir!!!!
Não fala duas vezes. Já fiz ninho. Bem lá dentro, um prá sempre de penugens, coração. Prá repousar macias as inquietudes. Querido, querido, nem sabes quanto!
Amo!!!
***Um céu de estrelas***
Teve um fim. Tudo tem um fim. Tem fim, o fim?
Deve ter valido a pena passarinho ter sido... Passarinhou a vida toda.
Abraço grande, amigopoetadasmontanhasgerais!
P.S.: aquela foto da lua entre as nuvens lá no epiderme é uma das minhas primeiras noturnas. Ainda estou engatinhando. ;)
... Acho que com o Pulse é compreensível ver as penas piando em seu vôo rumo ao silêncio... Bom demais!
Dio,
Você com essas suas belezuras, né?
Têm silêncios que preenchem estrofes com cores e sons...os seus.
Olha, mineirim, cê brinca coas palavras...
Adoro tanto sempre tudo!
Todos os beijos...
o olho do poeta cantou o desenlace
para libertar a lágrima que estava muda de espanto.
meu silêncio chora o último pio de um passarinho, mas meu olho sorri para a ternura de tua alma.
Beijo tu, PoetadasGerais
Amei esse poema,amei conhecer teu lar voltarei.
Um abraço.
"tô cassando ver Deus não"?
Que essa doçura toda do mineiro vinha mesmo de algum lugar.
E eu, irremediavelmente derretida, li teu comentário no malditas e chorei. Porque Pai. Mãe. Família. Sabe?
É que nem amigo, mas é maior ainda.
E falando em você. Saudade.
Eu fico aqui colhendo estrelas e imaginando poemas dando flores.
Ô dengo!
Amo.
***Todas as estrelas***
mas e se a Poesia servir pra nada, ela já não estaria servindo pra isso?
pobre passarinho! mas linda a imagem das penas trazida à tona no desfecho do poema. Aliás, lindíssimo o poema: um convite à reflexão.
grande abraço, poeta!
Eita mineiro!!!
Delícia seus converses lá no Contratempo.hahaha. "Mereja" é bem mineiro, e pode ser adaptado...mareja com cerveja=mereja, mareja+cereja=mereja, então pois, ora veja!
Eu derreto é toda imaginando o sotaque disso. haha.
***Estrelas sorridentes***
Fechado, meu bem.
Levamos merejas,
poemas
certezas.
Eu levo essa salada de letras,
Se você levar um abraço demorado.
(reza por mim Domingo?
vou fazer concurso em MT e preciso passar!)
***Estrela longa***
migo antes de tudo quero dizer-te que o yahoo está em manutenção. por tal, motivo nem eu estou com acesso à lista ou a vós.
contente fiquei com o teu rosto no meu canto.
contente estou com a refeição do gato.
o pássaro vou acrescentá-lo ao "necrologia" e o teu poema ao coração.
muito bom mesmo.
migo assim que o yahoo for nosso amigo eu vou verificar o teu endereço de email.
jinhos
Grande Dio, meu Poeta irmão! Brigado pelo carinho, sempre! Nao paro de acalentar um sonho, o de conhecer as Minas, e beber na fonte dos silêncios. Sonhos serão, sonhos sãos.
Abração!
vlw!
Muito lindo esse poema,
A descrição do silêncio, e tensão que ele carrega.
Muito lindo mesmo
Beijos
Marcela Bertoletti
olá amigo de montanhosos abraços!
bom saber que captei sua poesia, afinal de contas ela sempre me captura...
muito bom ter seu carinho em meus vôos...
beijos de sol e de mar
Oi, Dio, tem monstro ou tem gatinho?
Óia eu de novo aqui...
Então, ontem assisti ao documentário "faces da morte". Coincidência curiosa, porque hoje, antes de ir pro trampo, dei uma espiadela em seu blog, até comentei minhas primeiras impressões. O poema ficou em minha cabeça nos trens da vida, pensava em nossa vulnerabilidade, nossa condição fragilíssima. Dio, os pássaros somos nós. Cantamos os dias como a gente pode, naquelas, sabe como é!? Absortos no ramerrão, chegamos até a não darmos conta da presença da morte, seu bafo gélido em nossas nucas. Há quem se desinteresse de pensar nestas cousas, mas a morte está presente em nossas vidas às vezes muito mais que a própria vida. O filme tem cenas de matadouros, ceitas diabólicas, restaurante exótico onde se matam macacos e comem seus cérebros por motivos pretensamente espirituais, crocodilo abocanhando homem, enfim, diversas faces da morte. Seu poema é de fato tão sutil, que a Indesejada se nos apresenta suave, um rostinho quase que aceitável. Mas me doeu a morte do passarinho, mesmo que seja um passarinho-idéia, me doeu sinceramente, porque temos contra nós, engatilhadas, as garras afiadíssimas, as Grandes Garras Obscuras. Interessante o diálogo de consciências que percebo entre os poetas blogueiros. A Clarice, sabe, a Clarice Gê, escreveu um poema tão sugestivo, também nos põe a pensar na relatividade das cousas. Dá a impressão que os poemas nossos estão se completando. Acho muito interessante esta nossa jornada, esta nossa facilidade de compartilhar nossas obras de maneira tão espontânea e de coração aberto para aprender com nossos contemporâneos o que de melhor se arquiteta em nossa época na seara das letras. É, meu poeta, estamos por um triz... Tem um trechinho de uma canção da Legião que não me sai da cabeça: "viver é uma dádiva fatal/no fim das contas ninguém sai vivo daqui/mas vamos com calma"
Mas não com tanta calma, porque às vezes o "gatinho" é "monstro".
Abração, poeta, "você é luz, é raio estrela e luar, manhã de sol...", e eu sou brega, já sei, mas tudo certo!
Té mais ler!
Lindo texto!!!
E Manoel de Barros diz :
"Só o silêncio faz rumor no vôo das borboletas."
beijos
Olá Diovvani!
Obrigada por suas palavras gentis. Seu poema é lindo,gostei demais das imagens do movimento, da espera, da ação. ~
Eu não conheço Esmeraldas, sou da região de Ouro Preto, as minhas montanhas de ametistas, mas resido no sul de Minas, outras montanhas, as de terra rossa... Um beijo!
Passei aqui para deixar um abraço e agradecer por você de indo ao meu cantimho.
Há silêncios que são de muito mau presságio, de facto.
Coitado do passarinho...
O seu poema tem aquilo a que já acho banal e natural em você: qualidade.
Um bom domingo.
Abraço.
Oi Poeta.
Devemos nos esforçar sempre para não o passarinho, né?
Mas a opção de ser gato também não é lá muito atraente, não é mesmo?
Observemos, então.
Pra você eu deixo doces.
Vicente
Belas imagens, dom Diovvani
que bom que chegou e gostou da Poesia Presente
abraços Jardineiros
Se inspirar com Pink Floyd é sempre bom. E fechar com Lemisnki é chave de ouro! Gostei muito!
Bjo
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