poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.

terça-feira, maio 15, 2007

Postagem ao som da música Ideologia - Cazuza. [OuçAquiÓ]
AVISO! AOS ERRANTES NAVEGANTES
(PASSAGEIROS DA NAVE MÃE)

Não creiam no meu papo.
Irmãos! Eu não sou bento!
E acho, nenhum ser humano, é.
Nem Maria, nem José.

Exceto aquEle fruto do vento
que, numa boa e sem enganos.
Há mais de dois mil planos,
numa páscoa, andou de jumento

no meio do povo, com a língua solta.
Plantou palavras inoxidáveis. Foi Blindado? - Sim.
Mas, de verdade, humildade, fé,
compaixão e perdão - até o fim.

Não se espante! Sou mais um pecador entre os infiéis.
Sou pó, mais um à toa, declarado, inimigo dos reis.
Também excetuo aquele outro rei, do Manoel que, fincou
bandeira, no pico das montanhas do meu peito.

E quando estiver além dos quintos, eu sei,
não habitarei entre os que se acreditam limpos.
Mas, serei átomo no cimento para ressuscitar o limbo
e lá, em tenra idade, o tempo, paZsárgarei.
...

À memória de Giordano Bruno.
(Bem, acho que ele mereceria, coisa bem melhor do que este poeminha.
Mas, foi o que dei conta de fazer.)

...

O poema acima fiz no dia 10/05. Acho que, um dia após a chegada do papa.
Giordano Bruno, para quem dediquei estas linhas, foi um cara que morreu por causa de suas idéias. Os verdugos da inquisição o levaram amordaçado ao lugar da execução, amarraram-no com uma corrente de ferro a um poste, cravado no centro da praça de São Pedro e atearam fogo. Ele morreu sem negar seus pontos de vista filosófico-religiosos. Seu pensamento era holista, naturalista e espiritualista. Ele acreditava numa sabedoria que se experimenta na ordem natural onde tudo está interligado. Acreditava na pluralidade dos mundos habitados, sendo a terra mais um entre vários planetas que giram em volta de outros sistemas. Estava muito além de seu tempo. Pela ousadia do seu pensamento foi condenado pela SANTA INQUISIÇÃO. Quando ouviu sua sentença, Giordano disse “Tremeis mais, ao ler minha sentença do que eu ao ouvi-la”. Suas últimas palavras foram: "Morro como mártir por minha própria vontade". No lugar onde Giordano foi executado há um monumento inaugurado em 9 de junho de 1889.
Para saber mais sobre o cara clique aqui ó

...

E escreveu Cazuza "Ideologia eu quero uma pra viver"
E você, morreria por aquilo que acredita, por suas idéias, por um ideal?
Você, estudou no grupo daqueles garotos que queriam mudar o mundo?

32 Comments:

Blogger Chama Violeta said...

Dizei muitas vezes ao dia:

“Eu Sou uma coluna de Fogo Violeta, um foco de luz da energia cósmica, que consome tudo o que é negativo”.
Beijos de luz e fica bem...

terça-feira, maio 15, 2007 3:28:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Oi Diovvani,
Belo poema ! E qto ao Giordano Bruno, um espirito bastante evoluído...
Acredito que viemos para o bem, somos do bem, mas como somos seres imperfeitos,vulneraveis e espiritos em evolução, nos deixamos contaminar com os podres que existem no mundo.
Mas tendo como convicção que VIEMOS DO AMOR, QUE SOMOS AMOR, podemos fazer nossa parte,para uma vida melhor e um mundo melhor, começando pela nossa, sendo vigilantes de nossos pensamentos e ações.
"Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz" Madre Teresa de Calcutá.
Sendo assim, percebo que mesmo no virtual conseguimos atingir ao outro, atraves de nossa energia.
Obrigada pelo carinho!
Beijos

terça-feira, maio 15, 2007 3:28:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sorte sua não ser bento, creio que nem 'ele' foi. Sorte nossa...
Os que se julgam bentos são na verdade os mais promíscuos e falsos. Quase toda pessoa santinha esconde um grande semvergonha.
Mas santidades a parte, num é que "tá bão" demais toda esta tua armação e homenagem a Giordano Bruno? Pobrezinho, morreu por suas idéias e os homens não mudaram nadica e ainda por cima não sabem onde tem pra 'vender' Ideologia.
Eu me debato por minhas idéias, luto por elas, (diplomáticamente...rss) mas nunca tive que me por a prova de morrer por nada, mesmo querendo mudar o mundo... Sorte minha...
beijo Dio

terça-feira, maio 15, 2007 3:55:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Querido Diovvani,

já tive tantas ideologias, tantas certezas e tanta fé em pessoas e sonhos, que dói lembrar quando tudo começou a ruir como aquelas construções infiltradas, que pouco a pouco vão cedendo.
Estou em um momento meio desnorteado e essa tua pergunta veio a calhar, porque sei que preciso de novos sonhos, projetos, coisas em que apoiar meu futuro e minha vontade de acordar todas as manhãs.
:****************

Beijos, querido-sempre-querido,

Janis.

terça-feira, maio 15, 2007 6:34:00 PM  
Blogger Na Mira da Rima said...

oi meu querido,

muitas saudades de tu também! não vais acreditar, mas no meu novo trabalho até entro no orkut, mas o blogger e bloqueado, pode? fiquei sem tempo apra atualizar e visitar blogs...

saudades muitas

um beijo carinhoso

clauky
(estou preparando meu livro, por isso tb botei em banho maria o arte em toda parte)

terça-feira, maio 15, 2007 7:50:00 PM  
Blogger Luzzsh said...

"diovvani mendonça disse...
Digo: DIZ uma música"


.......Cuma?

:)

Beijos....

terça-feira, maio 15, 2007 8:01:00 PM  
Blogger Edilson Pantoja said...

Diovvani, sou suspeitíssimo para comentar seus escritos, pois neles só vejo harmonia entre um pensamento agudo e um admirável talento com as palavras que o expõem tão belamente - na forma da arte.
Abraço, grande!
P. S.: Não se apresse a ir ao albergue. nada novo por lá.

quarta-feira, maio 16, 2007 7:51:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

se o aviso é para os errantes navegantes, é comigo mesmo... (rss..) de tanto navegar desafinando o blues da existência e o fado da sobrevivência, habito os quintos e espero que além do limo possa mesmo haver pazsárgada. lá seremos amigos do rei. sinceramente, velho, acho que seremos merecedores. cum deus.

quarta-feira, maio 16, 2007 8:55:00 AM  
Blogger diovvani mendonça said...

Meu caro Edilson, você um escritor de mão cheia - muito me honra vê-lo, humildemente, navegando pras bandas de cá. Respirando um pouco dos ares das montanhas.
Mas ó, (rsrs) que Deus ou algo que o valha, afaste de mim esse tal "PENSAMENTO AGUDO"! Isso é coisa de gente mais graduada do que eu. Certa vez, arremessaram
na minha direção, flechas com as pontas envenenadas na agudeza desse tal “PENSAMENTO AGUDO” – sei que bicho é esse não. Se está preso no zooLÓGICO ou se anda solto, fazendo estripulias performáticas na selva de pedra. Eu só sei é “pé sentir o pulsar do chão”.
...
Ô pardim, já pensou... nóis dois lá, amigos do rei?

quarta-feira, maio 16, 2007 9:50:00 AM  
Blogger moacircaetano, todo prosa! said...

caramba, moço!
e eu aqui, tentando escrever algo sobre essa visita do papa, e desistindo ante a mais absoluta falta de inspitração!
muito, muito bom!

quarta-feira, maio 16, 2007 11:07:00 AM  
Blogger nani castro said...

Resposta ao som de NOVAMENTE com Ney Matogrosso
Ainda carrego a bandeira em meu peito!!!
Assistente Social de formação e missão!!
Adoro quando vc nos provoca com suas indagações...
bjs
Nani

quarta-feira, maio 16, 2007 11:37:00 AM  
Blogger Saramar said...

Menino, voc~e pode não ser bento, mas é abençoado pela sensibilidade e essa alma grandona.
Que poema! Bem à altura de Giordano, muito bem.

beijos

quarta-feira, maio 16, 2007 5:02:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu não sei se eu morreria por um ideal. Não tenho nenhum que me leve à morte, acho eu.

Puxa..

Beijo

quarta-feira, maio 16, 2007 7:51:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

é meu caro, seu poema é uma multidão de idéias que nos fazem refletir sobre questões como as do Papado que vive, com todo respeito, no passado.Quero pedir-lhe, encomendar-lhe um poema a respeito da mulher-papa, será que chegaremos a ter uma representante do feminino no Papado???

quarta-feira, maio 16, 2007 9:29:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ideologia é preciso, bento nem tanto. Sei que lutar pelo que se acredita é dever ou se estará cometendo falsidade ideológica consigo mesmo!
Belissimo poema!
Beijocas

quinta-feira, maio 17, 2007 4:33:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

eu estudei e...talvez quixotescamente...ainda milito naquele grupo...
beijo moço das minas

quinta-feira, maio 17, 2007 5:51:00 AM  
Blogger Ariane said...

amigo de montanhosos abraços!
bom mesmo é este ar fresquinho de montanha do seu recanto encantado...

adorei a homenagem à giordano Bruni, sou sua fã(dos dois :)), e pra quem diz gostar de nadar no rasinho, você mergulhou no fundo hein? ;-)

...é sou daquele tipo que quer mudar o mundo, ainda estudo com aquele grupo de amigos que querem mudar o mundo(já fazem 15 anos!),sou uma Polianna... qualquer dia desse vê se lê Daniel Quinn(ISMAEL), acho que podes gostar...

beijo amigo! sempre bom ter sua presença em minhas terras, mesmo que por hora abandonadas :)

quinta-feira, maio 17, 2007 10:04:00 AM  
Blogger Ourivesaria da Palavra Editora said...

Sim! Sim! Sim!
Fiz faculdade lá... rsrs

Saudade daqui! De vida.
Beijos paulistanos!

quinta-feira, maio 17, 2007 10:16:00 AM  
Blogger Ourivesaria da Palavra Editora said...

Acho que minha ciganice virtual acompanha os movimentos do espírito - sagitariano, quando precisa de definições; livre quando só -. Tais mudanças e inquietações acontecem no âmbito concreto também. Mas prometo não mudar tão já... Ao menos, não este mês... rsrs... Para que não percas mais o caminho de minhatua casa.

Adoro tuas visitas. Abrilhantam o ambiente...rs!

Beijos,
CiganaBia

quinta-feira, maio 17, 2007 3:37:00 PM  
Blogger Alê Quites said...

Uai, gente! Um blog de boas prosas e de gente da minha terrinha...
Gostei!

quinta-feira, maio 17, 2007 3:39:00 PM  
Blogger Nilson Barcelli said...

Caro Diovani, você escreveu mais um brilhante poema.
E muito a propósito...
Abraço.

quinta-feira, maio 17, 2007 4:56:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Amigo Dio,

Pela primeira vez sem palavras, porque acho que elas foram ao vento, e espero que te soprem os ouvidos, e que a minha não mais mocidade me dê ainda o prazer desta companhia que já a muito me faço planos que embolados no tempo que nos escraviza, e jazem em alento, como o pó que antes de tudo é livre ...... saudades.

kátia silva

sexta-feira, maio 18, 2007 7:24:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Vida inteligente é o que encontrei por aqui, amigo... Abração

sexta-feira, maio 18, 2007 11:26:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Hoje ninguém mais morre por suas idéias e poucos são os que as tem.
Bela sua homenagem para um privilegiado ser que nos deixou a certeza de que vale a pena ser...se vale!
Maravilha de texto, aplaudo com força.
lindo findi
beijossssssssss

sexta-feira, maio 18, 2007 1:13:00 PM  
Blogger octavio roggiero neto said...

disse um dia Salomão, o rei sábio, que nem o céu, nem mesmo o céu dos céus podem conter aquele a quem você chamou de fruto do vento. meu, já pensou nisso? há também um trecho da Bíblia, acho que de Efésios, em que a Jesus atribuem a qualidade de possuir "estatura de plenitude". meu Deus, como pode haver um ser com tais proporções, tão inimagináveis? minha consciência é ridícula para assimilar todo este mistério, mas pelo menos tenho consciência disso. meu, ao pensar nestas dimensões todas, como pode alguém não ter fé? por que a criatura insiste em não se curvar ao Criador? imagine só, alguém que nem o céu dos céus pode conter, este mesmo que possui estatura de plenitude, se submeter à condição humana, às suas dores, e lavar os pés de seus amigos e andar sobre um jumentinho. imagine só, alguém que é a própria essência permitindo que lhe cuspissem na cara, que lhe perseguissem e torturassem. quem é este, Diovvani? a história da humanidade é mesmo intrigante! já pisaram nesta Terra Jesus Cristo e Hitler. como pode isso? enquanto este teve sob suas mãos alguns milhares de judeus, aquele um dia virá "para julgar cada pedaço deste chão
e os homens que ergueram sobre esta terra as primaveras atômicas". (tomei emprestadas as palavras de meu pai)
por isso, meu amigo poeta, meu poeta-irmão, acho que não precisamos morrer por aquilo que acreditamos, mas viver nossa fé da melhor forma, sem confundir coragem com imprudência, sem moralismos, sem religiosidade, sempre dispostos a aprender e, sobretudo, sempre com amor e esperança.
um abração, poeta, e té mais ler!

domingo, maio 20, 2007 7:05:00 AM  
Blogger Pedro Pan said...

, poema que tem um que de crônica, um que de conto...
, abraços meus.

domingo, maio 20, 2007 10:11:00 AM  
Blogger Claudinha ੴ said...

Ah Diovvani, eu estudei neste grupo. Eu sou mais Giordano do que papa com cara de nazista. Fiquei revoltada com o que o povo fez de luxuoso para recebê-lo. Pobres inocentes achando que agradam assim. Alguns por pura esnobação. Eu aprendi a "conhecer" um Jesus mais simples... Giordano era uma cabeça aberta e acharia engraçado alguém fazer poema para ele, mas ficaria lisonjeado, pois seu poema grita pela injustiça que sofreu, por causa dos "sábios" que o condenaram... Até hoje, alguns tentam tapar nossos olhos. Não... Não tem ninguém bento mesmo. Beijos!

domingo, maio 20, 2007 12:46:00 PM  
Blogger Paulo said...

Interessante!

domingo, maio 20, 2007 7:03:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Acabei de lhe enviar um e-amil e cá estou diante de mais um poema que guardo dentro de mim.
Dio, claro que entendi sua pergunta, mas, não resisto a lhe dizer, eu viveria e vivo... vivo pelo que acredito. Morrer? Sim, morreria. Morreria na vivência do que acredito. Saca? Morrer pelo que se acredita, exige VIVER O QUE SE ACREDITA. Amigo, abraço! Abraço grande pordemais de quem adimira cada palavra que brota na árvore dos poemas de raiz fincada em sua alma!

domingo, maio 20, 2007 10:03:00 PM  
Blogger . fina flor . said...

Querido, depois que eu descobri que na Idade Média os vegetarianos era queimados na fogueira eu realmente passei a acreditar em qualquer loucura e maldade.

beijos e boa semana, dear

MM

segunda-feira, maio 21, 2007 2:16:00 PM  
Blogger Cecília Braga said...

Ah, Diovvai!
é porque a pergunta atônita de Pôncio Pilatos diante do olhar desconcertador de Jesus ainda ecoa forte: 'mas, o que é a verdade?'.
E morrer pelo que se acredita é santidade de tão poucos... e é morte no dia-a-dia das mesquinhas coisas que nos constituem.E eu reverêncio quem teve a ousadia de ter um espírito livre de tantos apegos e vaidades tolas e deram as mãos e a vida por um mundo melhor: Gandhi, Buda, Che Guevara, São Francisco de Assis e tantos tantos que como Jesus souberam que na humanidade plena é que se constitui a divindade do ser... o sagrado que em todos nós habita. Em alguns soterrado. E se no dia de hoje eu conseguir num gesto trazer paz e alegria a uma outra vida...já começo aqui a construir o Reino dos Céus. Penso assim.
Beijos, muitos. Reflexão que vale a pena. E pra todos os dias. Gradecida por suas palavras.

quinta-feira, maio 24, 2007 6:42:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Dentro de mim ainda pulsam alguns átomos do Giordano Bruno. Eles ficaram em festa com o seu poema. Qse transmutaram de tanto gostar!
Abraços.

quinta-feira, maio 24, 2007 2:11:00 PM  

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