poesia
tem que sacudir
a poeira dos séculos,
sorrir pras pessoas,
saltar da estante,
largar as traças,
cair no instante.
Cravar os dentes
na carne alheia,
libertar urros,
gritos, espíritos.
Gozar nosilêncios...
.
Nirvânica-Rapunzélica:
desembaraçar os cabelos das tranças,
descer das montanhas,
ecoar nos tímpanos
trincando a cera, de cabeludas orelhas.
Elegante ou deselegante,
sendo moça ou puta,
roubar o beijo e cair no sarro.
Descer mais embaixo na trama,
insultar o sutra na cama,
sem drama, deitar a dama no livro e
tirar deles, como da cana -
mais que o açucar.
.
A poesia
Precisa cometer o assalto
sem salto-alto, ir à luta
de pés no chão.
Tem que botar a boca,
na tromba do elefante
e desfilar na avenida,
sem ter que ajoelhar-se por migalhas.
Tem que ser desincentivada de
com lupa, entender e seguir leis.
Tem que puxar o rodo, rodar o pé
escrever nas margens.
Tem que rasgar as páginas, por fora
e rabiscar dentro, no quase invisível,
nos rasgos da matéria orgânica.
Tem que fazer valer a pena,
o suor do homem, que para sobreviver
ao laço; da forca do capital, assassinou
uma árvore e dela murchou, muitas folhas
para propiciar o nascer, d´apenas uma branca.
.
A poesia
tem que rachar o coco,
embebedar a água,
temperando-a; com uma dose da “marvada”.
Se não der, pingar um “tiquin” de “mé” -
que na goela, escorrega e desce.
Ela, tem que deixar os ares de donzela.
Tomar tento, que aquela rima, já era.
Ela, tem que sair das celas
e das tocas das bibliotecas,
tem que fazer ruído em alto-falante,
deixar de ser dondoca, boneca.
Cansei, do silêncio-eremita e mítico.
Eu quero, é apagar esse mico!
a poeira dos séculos,
sorrir pras pessoas,
saltar da estante,
largar as traças,
cair no instante.
Cravar os dentes
na carne alheia,
libertar urros,
gritos, espíritos.
Gozar nosilêncios...
.
Nirvânica-Rapunzélica:
desembaraçar os cabelos das tranças,
descer das montanhas,
ecoar nos tímpanos
trincando a cera, de cabeludas orelhas.
Elegante ou deselegante,
sendo moça ou puta,
roubar o beijo e cair no sarro.
Descer mais embaixo na trama,
insultar o sutra na cama,
sem drama, deitar a dama no livro e
tirar deles, como da cana -
mais que o açucar.
.
A poesia
Precisa cometer o assalto
sem salto-alto, ir à luta
de pés no chão.
Tem que botar a boca,
na tromba do elefante
e desfilar na avenida,
sem ter que ajoelhar-se por migalhas.
Tem que ser desincentivada de
com lupa, entender e seguir leis.
Tem que puxar o rodo, rodar o pé
escrever nas margens.
Tem que rasgar as páginas, por fora
e rabiscar dentro, no quase invisível,
nos rasgos da matéria orgânica.
Tem que fazer valer a pena,
o suor do homem, que para sobreviver
ao laço; da forca do capital, assassinou
uma árvore e dela murchou, muitas folhas
para propiciar o nascer, d´apenas uma branca.
.
A poesia
tem que rachar o coco,
embebedar a água,
temperando-a; com uma dose da “marvada”.
Se não der, pingar um “tiquin” de “mé” -
que na goela, escorrega e desce.
Ela, tem que deixar os ares de donzela.
Tomar tento, que aquela rima, já era.
Ela, tem que sair das celas
e das tocas das bibliotecas,
tem que fazer ruído em alto-falante,
deixar de ser dondoca, boneca.
Cansei, do silêncio-eremita e mítico.
Eu quero, é apagar esse mico!
.
Um poema
pode ser sério
não tem problema...
Mas precisa compreender também
a poeRia, das cousas, dos trens
apartados das linhas de ferro
e chegar em outras estações.
A poesia
tem que ser mutante-mundana
sem antídoto, tudo-anti-captura dos radares acadêmicos.
Tem que ser esse vírus,
injetado, nas artérias da realidade.
Contrariando o mestre Leminski:
acho que a poesia,
tem sim, que servir
para alguma coisa.
Um poema
pode ser sério
não tem problema...
Mas precisa compreender também
a poeRia, das cousas, dos trens
apartados das linhas de ferro
e chegar em outras estações.
A poesia
tem que ser mutante-mundana
sem antídoto, tudo-anti-captura dos radares acadêmicos.
Tem que ser esse vírus,
injetado, nas artérias da realidade.
Contrariando o mestre Leminski:
acho que a poesia,
tem sim, que servir
para alguma coisa.
.
A poesia
não tem que pedir benção,
pra nenhum arrogante literato.
Mas abençoar o ignorante,
o cão, o gato, até mesmo rato no esgoto
ou morto no asfalto.
A poesia tem que soprar o ar,
temperar o oxigênio, soltar balões
sem querer ganhar prêmio.
A poesia, não quer irmão gêmeo.
Nem gente, que se acha gênio.
.
A poesia
tem que saltar
sem pára-quedas
nas ruas, praças,
vielas, becos, botecos,
postos de gasolina.
No Mineirão lotado,
no Maracanã inchado.
Ela, tem que derreter as grades
do palácio da liberdade,
(Ond´JáCivil, liberdade enjaulada? Nas Minas? Putz... logo na terra dos inconfidêntes?...)
tem que tocar tambor,
dançar samba e congado,
na favela e no mármore carrara.
A poesia tem que fazer gol,
balangar na rede,
fazer vibrar a boca-rica de porcelana,
mas também, a pobre e banguela.
.
O poeta,
não tem que desejar ser eterno
tem é que desafouxar a gravata
levantar da cadeira, tirar o terno
ser terno...
Ofertar seu poema,
na caixa do presente,
sem querer a fantástica dona Glória.
Recusar, ser um “big-tolo”
para alcançar a praga
do louro da fama.
Haja, grana...
Hajam, dramas e pós...
.
Minha poesia,
se alimenta bem cedinho
é com os pastéis
do boteco da Marlene.
Outro dia foi almoçar, lá...
Num restaurante de bacanas-comadres (Boa comida!!!),
mas sai do lugar,
soltando puns descomunais,
por isso e por "qua" não volto mais.
.
O poeta tem que cheirar o pó
no sebo do seu Amadeu e todos do Maleta,
e espirrar sabedoria, em plena Savassi
nas estantes chiques, da livraria da Travessa.
Não livro minha cara,
não mudo minha conversa,
eu acho, que germino, mais alguém.
.
A poesia tem que doar,
não o sangue;
mas o invisível,
que conecta um ser,
ao outro e além.
A poesia
não tem que pedir benção,
pra nenhum arrogante literato.
Mas abençoar o ignorante,
o cão, o gato, até mesmo rato no esgoto
ou morto no asfalto.
A poesia tem que soprar o ar,
temperar o oxigênio, soltar balões
sem querer ganhar prêmio.
A poesia, não quer irmão gêmeo.
Nem gente, que se acha gênio.
.
A poesia
tem que saltar
sem pára-quedas
nas ruas, praças,
vielas, becos, botecos,
postos de gasolina.
No Mineirão lotado,
no Maracanã inchado.
Ela, tem que derreter as grades
do palácio da liberdade,
(Ond´JáCivil, liberdade enjaulada? Nas Minas? Putz... logo na terra dos inconfidêntes?...)
tem que tocar tambor,
dançar samba e congado,
na favela e no mármore carrara.
A poesia tem que fazer gol,
balangar na rede,
fazer vibrar a boca-rica de porcelana,
mas também, a pobre e banguela.
.
O poeta,
não tem que desejar ser eterno
tem é que desafouxar a gravata
levantar da cadeira, tirar o terno
ser terno...
Ofertar seu poema,
na caixa do presente,
sem querer a fantástica dona Glória.
Recusar, ser um “big-tolo”
para alcançar a praga
do louro da fama.
Haja, grana...
Hajam, dramas e pós...
.
Minha poesia,
se alimenta bem cedinho
é com os pastéis
do boteco da Marlene.
Outro dia foi almoçar, lá...
Num restaurante de bacanas-comadres (Boa comida!!!),
mas sai do lugar,
soltando puns descomunais,
por isso e por "qua" não volto mais.
.
O poeta tem que cheirar o pó
no sebo do seu Amadeu e todos do Maleta,
e espirrar sabedoria, em plena Savassi
nas estantes chiques, da livraria da Travessa.
Não livro minha cara,
não mudo minha conversa,
eu acho, que germino, mais alguém.
.
A poesia tem que doar,
não o sangue;
mas o invisível,
que conecta um ser,
ao outro e além.
...
(Segunda-feira, conserto os erros - rsrs - tenho que ir pru Ninho)
20 Comments:
Isso! A poesia tem que ser alma...
Ô, Diovvani...fantástica! Desses de ler numa carreira só, acabar sem fôlego e feliz da vida. Fui bicada na veia, alma toda envenenada. Pois volto na segunda, na terça, na quarta e não vou cansar de reler.
Não tenho árvore de poemas mas tenho uma caixinha de guardar o que me é especial. E esse vai morar lá.
Beijo grande e bom fim de semana.
amigo das montanhas,
com certeza você germina em mim...
poesia pra mim é sinônimo de Ser,
é se colocar ao avesso e não pedir licença a ninguém nem mesmo a gramática...
...e os arrogantes literatos que me perdoem, mas assino em baixo.
muito muito linda!
beijos
a poesia tem que doer, ou do ar ser tirada, capturada pelas redes invisíveis dos poetas... poetas como o bom Dio, esse cara porreta que faz verso e reverso de tudo.
mto bom, cara!
eu tiamo. :)
[]´s
O mundo precisa de muita poesia!!
Ora, ora, conheço Esmeraldas!
Bom fim de semana! Beijus
Fabuloso...!
O Diovani é uma torrente poética.
Bfs, abraço.
"a poesia tem que saltar sem para quedas nas ruas vielas becos e botecos"
e na minha vida ela salta, e no mundo inteiro ao meu redor.
que bom coisa nova por aqui, sinceramente eu andava a sentir falta.
passa para mais um café e o desfecho da estória do anjo e da flor.
beijos
au revoir
A poesia precisa mesmo deixar-se ver, acho que a literatura está mais acessível hoje, muito mais visível. Abraços!
Antônio Alves
No Passeio Público
Postagens às quartas e domingos
o pedreiro das palavras, o pan, fala tanto do blog desse menino diovvani que eu estou cá conferindo!
Olá, Diovvani!
Voltei de férias e postei um texto pra vc e pra Vanusa! Não consegui colocar a fotografia, mas os rabiscos estão lá. Obrigada pela inspiração.
Um abraço,
Maria Cláudia
Manoel de Barros disse que "poesia é voar fora da asa"... desta forma a poesia tem que tomar o tamanho que ela possui... que é dela... e é o tamanho das asas que podem fazer o mundo avoar...
beijo... gosto demais do modo como vc escreve...
Meu caro poeta... palmas infinitas e sorrisos radiantes pra ti. Maravilhoso poema de um iluminado poeta...
... pq a poesia não precisa se vestir de literatura, ela foi feita pra vestir a alma.
Bjos meus.
eu, aqui, sou um aluno, sempre aprendendo contigo, de Poesia, de poema, de ser poeta, de ser amigo, de como viver com ousadia e ternura, enfim, destas coisas que a gente precisa de se reabastecer a cada dia. adorei mesmo, poeta!
abraço forte em ti!
Que bela poesia, falando dela pr�pria. Poesia, tamnb�m concordo � assim ela.
Naeno
Diovani, muito obrigado pela visita. N�s que nos intitulamos, porque o nome que se d� � este, poeta, somos pass�veis sim, de fazermos algo que lembre outro algo. Principalmente se o tema � o mesmo. J� se fez muito, muita coisa escrita, que j� nos transitamos pelas id�ias da inspira�o.
A Say� faz um trabalho maravilhoso. Uma artes� uma garimpeira de coisas bonitas que, como quem brinca de boneca, a enfeita, e torna a coisa outra, que se pode at� mudar de nome.
Um abra�o
Naeno
Fantástio!!!
só isso!
G.A.
Mas isso não é um poema, é um manifesto! adorei!
beijos, meu bom
MM.
Amigo Dio,
Cara de conversa longa, e boa daquela que tínhamos e não findava senão a noite afora que se abacava e não bastava, pois em muito havia o que falar!!!!!! Conversa LINDA, A poesia se em algo coubesse para se explicar e ser explicada , seria como luvas perfeitas na mão do artesão, bem bordada e acabada com perfeição, e perfeição provalvelmente não é metrica, e men sequer semântica ....é coração aberto, ocupado, mas com espaço de sobra para ocupar.... é suspirar o infinito das coisas, sem limites nem legislação que vigore, apenas doAR.
Voce é um doador, perfeito e inestimável......
Bjs cheios de saudades!!!!!!
Kátia Silva
Como bem diz na letra dessa mavilhosa música de João Bosco e Aldir Blanc, que acabei de ouvir "Bendita lâmina grave que fere a parede e traz as febres loucas e breves que mancham o silêncio e o cais".
Meu nome é Jussara, moro no Eldorado e gostei muito da entrevista com você, no jornal O TEMPO.
Abraços e beijos para você, poeta. Voltarei outras vezes, aprendi o caminho e já cadastrei seu endereço, entre os meus favoritos.
Caramba! você detonou. Implodiu a postura formalesca e ainda deu cascudo no Leminsk. Kkkkkkkk. Cara, concordo em gênero, concepção e atitude com você. Vi teu link no blog da Erika e decidi conhecer. A viagem valeu a pena. Voltarei inúmeras vezes. Pode ficar certo disso.
e deixo essas aqui pra vc ó:
O poeta e a Poesia
Antes de tudo a poesia que expressa!
O que ela expressa?Ruminações subjetivas?
Sentimentos indescritíveis?
Tudo!?
Nada!?
Meu eu poético fala a esmo:
Dores
Amores
Injustiças
Saudades
Alegrias
Fantasias
[...]
Pode a poesia ser indiferente a algo?
Ou expressa o que o poeta sente?
[Silêncio...]
Foi-se o tempo em que era cerceada.
Agora, dizem, deve ser livre.
[Tateio o sentido da frase...]
Ouço um grito de liberdade.
[Ecoa!]
Desdobra-se no verbo.
Resta-me a certeza da poética desgarrada:
Mundana
Profana
Beata
Casta
[O que for!]
Indiferente nunca.
Um poeta não pode ser indiferente.
Se for, a poesia morre.
Ou ele, como poeta.
Fernanda Passos
________________________________
Indigestão Poética
Poeta tem que ter estilo?
Poesia tem que rimar?
O que importa é a sensação intrínseca,
é a capacidade de se desnudar.
Não precisa de rima ou métrica,
nem ser longa ou um haikai.
Tem que haver relação entre ela e o poeta.
A poesia está para o poeta,
assim como a ânsia está para o estômago:
cada um vomita o que quiser.
Fernanda Passos
Amei! Plac, plac, plac (aplausos rs)
abraços
Postar um comentário
<< Home