ÁGUAS DE JANEIRO
Como sempre
as chuvas caíram.
Como nunca
as águas traíram.
Desceu o morro
entre árvores, lama e pedras
enxurrada de gente
bichos e casas.
Nem fortes ou frágeis mãos
se livraram da correnteza.
Carros de ferro e aço
flutuaram leves
como se fossem
garrafas pets
sem conteúdo
ou mensagem
como se nada
valessem.
Tudo ali parecia só
mais uma nota insignificante
na pauta de uma
trágica sinfonia irreal...
Uma Carmina Burana
em rotação acelerada e ao contrário
sem clave
sem pé
sem cabeça
sem tom
e que nenhum maestro
suportaria reger ou compor.
Como sempre
as chuvas caíram.
Como nunca
as águas traíram.
Desceu o morro
entre árvores, lama e pedras
enxurrada de gente
bichos e casas.
Nem fortes ou frágeis mãos
se livraram da correnteza.
Carros de ferro e aço
flutuaram leves
como se fossem
garrafas pets
sem conteúdo
ou mensagem
como se nada
valessem.
Tudo ali parecia só
mais uma nota insignificante
na pauta de uma
trágica sinfonia irreal...
Uma Carmina Burana
em rotação acelerada e ao contrário
sem clave
sem pé
sem cabeça
sem tom
e que nenhum maestro
suportaria reger ou compor.