poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.: novembro 2005

quarta-feira, novembro 30, 2005

postagem ao som do quase silêncio da ventoinha do computador.
_enquete_
porque a lágrima tem gosto de sal?
[ ] vem de dentro do mar da alma.
[ ] já vem com um grãozinho de sal, para tirar a "mardade", quando não entendemos o que nos acontece.
[ ] é para doer ainda mais.
[ ] o sal, é o sazon primitivo do criador, para temperar a nossa dor.
[ ] enquetes como esta, é coisa de quem não tem o que fazer.
[ ] nenhuma das bobagens acima está correta.
obs: caso queira opinar, solte suas palavras, no "comments" abaixo.

terça-feira, novembro 29, 2005


postagem ao som de abertura nº 2 - marco antônio araújo.
_puro aço_
"...estou na capa
na lona
mas vou erguer
com ela o circo
onde vou

abrir
meu sorriso
minha gargalhada
de palhaço
e meu canto
puro aço

há de rasgar
o meu velho horizonte
e descobrir o belo
por trás
dos montes."

para meus amigos vandder lima e andrea karla. agora, oficialmente casados. não pude ir a cerimônia, que foi realizada em conselheiro lafaiete, no sábado dia 26. como diz no poeminha acima, não fui porque a grana estava curta e meu carro, para andar na chuva, não esta muito confiável. fica o registro e meu abraço aos dois.

segunda-feira, novembro 28, 2005



postagem, ao som do vinil da música: senhas – adriana calcanhoto
_andarilho das estrelas_

segue seu caminho agora
pegue sua trilha e vá embora
monte em seu cavalo de aço
mete a espora
deixe que o vento te diga a direção
.
agora que sabe
que o passado ficou pra trás
que o futuro não existe
mas é no útero de sua escuridão
que se revela o presente de todo dia
.
segue seu destino sem volta
pegue sua mochila e caia mundo afora
monte em seu cavalo alado tire a espora
deixe que o tempo invente sua canção
.
vá ser dom quixote
não lute mas entenda a força dos moinhos
vá ser "amyr klink"
navegar desvendar mares sombrios
.
abrace aquela força agora
já que nenhuma lembrança te devora
esqueça os manuais de sobrevivência
seja cobaia de sua própria experiência
.
vá ser monge budista
sem se preocupar em alcançar
o nirvana, o nirvana, o nirvana, ah ah
vá ser homem louco do deserto
caminhar junto guiar sua caravana
.
ou abra o portal do tempo
e vá ser como "morrell"
andarilho das estrelas, das estrelas
andarilho das estrelas, das estrelas

para toda a turma do "argilão filtros e vasos" - rua para de minas, 73 – padre eustáquio - belo horizonte – mg - (31) 3464-0828 – estive por lá, no último chuvoso sábado, quase levei um tombo dentro da loja. quem precisar de vasos, mandalas e várias outras belíssimas peças feitas de barro e argila é só fazer uma visita. helena e joão de deus, sabem mesmo dar um bom atendimento ao cliente, além de serem bons prosa. forte abraço amigos.
andarilho das estrelas é música do cd: mandala sonora. clique aqui para saber mais.

domingo, novembro 27, 2005

postagem, ao som da música: "summertime" com janis joplin.
_blues aço_
chove
tudo
comove
até
o vento
que move
névoa
na caverna
sobre mim
gotas
de estalactite
ciscos
de silêncio
e pó

a chuva
faz parceria
com a voz
gravada
n’outro tempo
estou só
acordo
lamento
dentro

lágrima
invisível
paira
no olhar
da alma
do gato
que me olha

vejo
refletida
na lâmina
da tela
poesia
que eu não sabia

mas que agora
funde-se
para sempre
no aço
de minha
matéria
em todo
espaço
etéreo
ao meu redor

para o poeta nel meireles de quem sou apenas um rascunho mal sucedido. foi dele que copiei essa idéia, de postar os poeminhas, ao som de alguma música. visitem o blog dele e constatem, a verdade que digo: p o e t a mesmo! é ele. eu? apenas ladrãozinho sem vergonha, da poesia que cato, nas entrelinhas alheias. clique aqui para conhecer o "fala poética" de nel meireles.

sábado, novembro 26, 2005

postagem, ao som da rádio itatiaia - programa: "chamada geral" - eduardo costa.
_reciclo humano e necessário_
reciclar o lixo?
é fácil.
difícil?
é reciclar gente.

gente que joga
indiferente
lixo nas ruas
sobras de luxo
em rodovias

domar animais?
é fácil.
difícil?
é educar pessoas.

pessoas que arremessam
?in?concientes
entre um trago
um pigarro e outro
guimbas de cigarro
da janela do carro

reciclar e educar
infelizmente
pode levar
vidas
de uma alma
eterna

ou

apenas um
sagrado instante
em que a alma
[entenda]
e negue
a brutalidade
de gestos
irracionais
em humanos
?racionais?
para todos aqueles que jogam lixo às margens da rodovia lmg 808 nas proximidades do km 15 na cidade de esmeraldas-mg. principalmente para os que fundaram, um lixão particular, bem em frente a uma comunidade humilde. lamento ao ver por lá entre crianças, cachorros, ratos e urubus (que à qualquer momento podem causar acidentes, colidindo com algum carro) pessoas, seres humanos iguais a mim, catando no lixo as sobras do luxo de pessoas mais afortunadas na vida.

sexta-feira, novembro 25, 2005


postagem ao som da rádio itatiaia durante o bate papo de eduardo lima e o violonista juarez moreira que está fazendo hoje 25.11.05 show no teatro alterosa-bh. o cara sabe muito de violão. contatos: (31)3342-2663 - juarezmoreira@metalink.com.br

_bengala de boca_
fumante
é
um
suicida
silencioso
que
não
achou
o
centro
de
si
mesmo
e
acredita
que
se
achará
entre
baforadas
tragos
nicotina
e
fumaça

para meus irmãos jonas e tica (tica vai ser papai) e também o professor/paleontólogo castor cartelli guerra, com quem trabalhei na adolescência na puc minas. certa vez ouvi do cartelli, que também era fumante, a seguinte frase: "cigarro é um palitinho branco, com uma brasa acesa numa ponta e um imbecil na outra". que os fumantes amigos, não fiquem bravos comigo, eu também assumo minha culpa e confesso que fumo de vez em quando um "cigarrim de paia" acompanhado claro, de uma cervejinha.

quinta-feira, novembro 24, 2005


postagem, ao som da própria: "caixinha de pandora..."
_a caixinha de pandora da mulher aranha_

se nos olhos traz o que chama de amor
na boca no sorriso traz a dor
se acima da língua tem o céu
no beijo traz do inferno o fel

se diz amor eterno é desatino "menino"
se cuida ela vai logo garimpar melhor destino
se te promete uma noite quente não vai vingar
porque seus dentes são giletes usadas a te sangrar

ela é assim "espinho" de peixe
atravessado na garganta da ilusão
ela foi o arco que disparou as flechas
no corpo de são sebastião

sabe todas as manhas
sagaz mulher aranha
que tece lindas teias
injeta veneno em nossas veias

ela é sensível moderna e da "beijim"
escreve versinhos decorados em guardanapos de botequim
julga que ter é mais importante do que ser e vai ser gueixa em berlim
filha da luta sonha mostrar seus ursinhos na revista caras num jardim

dinheiro e fama é o que abre sua caixinha de pandora
tetas e traseiros de silicone é pra otário babar enquanto outro devora
mulher bacana boneca de porcelana
picanha sacana que não se deita em qualquer chama
mulher bacana boneca de porcelana
piranha sacana, que se deita em qualquer cama.

se vê um carro bonito lança seu charme fatal
pois pensa que é o sonho dourado de qualquer mortal
tem home page na internet pra ganhar o seu real
quer ser imortal nem que seja no mundo virtual
internética, elétrica, cibernética, lunática.

mulheraranha.com.br

para aquelas que pagam até r$ 6.000,00 (ou +) para turbinar o traseiro e não sei mais quanto, para calibrar os seios. simplesmente para ficarem mais (?gostosas?) e mais parecidas, com o senso estético, apresentado pela maioria das tv's de canal aberto no brasil. esta música, faz parte do cd mandala sonora. para saber mais, clique aqui e leia texto de paulo urban sobre o cd.

quarta-feira, novembro 23, 2005


postada ao som da música "coisas do brasil"
de guilherme arantes e nelson mota.
_há mais coisas, dentro da coisa, que supõe a cousa vã_
chega um
[.]
que a [coisa],
perde o sentido.
costura-se: daqui, d´acola.
nem apelando e cozendo, o "poblema"
com mãos pacientes,
de velha benzedeira caipira
o angu de caroço seco,
passa pelo nó do gogó.
ficamos ali, prostados;
feito joão cabral: ex-ateu e cego.
sem neto, sem cachorro como guia
rezando para encontrar
uma réstia de luz na curva do tunel,
que não seja o metro.
contando favas, remoendo os neurônios
no moinho atômico,
do labirinto sem fim do grande mistério.

sem achar saída,
colocamos um bit a esquerda,
outro a direita,
acendemos uma vela
e cuidadosamente,
com destreza de mágico,
um terceiro bit, equilibrista e maluco,
bem
no
[c e n t r o ]
da
[ q u e s t ã o ]
e
abracadabra!
formamos um byte?

não!
ainda faltam 5 bits,
para realizar o sonho
de "resetar" nosso computaDor
e ouvir aquela "musiquinha"
acompanhada da mensagem:
"bem vindo a janela"
para os de fora, nosso "poblema"
é bobagem pequena.
para quem está dentro?
é mega, sem acerto de sena.

piui, piui, piuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
o trem fumega e apita louco,
nos trilhos e sulcos do cérebro.
telefonema para um e outro.
puro embromes
falam modernamente em fm
mas nosso radinho é valvulado
sem antena e só sintoniza am
ficamos lascados, do 1º ao 5º, quebrados.
parece não haver no planeta,
quem consiga fazer a coisa funcionar,
reverberar, grudar e dar liga.
ficamos no loop infinito:
reseta, espera, reseta, espera
para enfim, literalmente desesperamos
radicalizando raivosamente na decisão
de morder e matar a coisa,
para que dela
nasçam, [cousas]
inusitadamente outras.

nestas horas lembro
da paciênte dindinha libânia,
tecendo colchas de retalhos,
para ganhar "um cobre" como dizia.
a colcha de retalhos dela sim, funcionava.
sem assistência técnica, multicolorindo
meus sonhos de menino:
buscando na carroça com cavalo branco
de meu avô, geraldo monteiro (vô líco), leite
na fazenda dos camargos,
para depois vender aos fregueses,
pelas ruas do bairro eldorado e jk.
agora está chovendo e faz frio
"rio" e aqueço-me, lembrando
de minha bisa, colchas, retalhos,
suspiro, maria-mole, grapette e pastel.
não sinto frio apenas "rio"
das coisas, complicadas da vida.

para meu amigo gilberto mendes da w3 e o técnico vinícius marcall que sofreram, (2 ultimas semanas) e ainda estão sofrendo para fazer funcionar, uma $maquininha$ de cartão de credito. só agora, após vários contatos, é que o gilberto foi informado pelo "suporte técnico" da empresa, da tal maquina que até o último dia 19, ele tinha o direito de solicitar visita de um técnico, para solucionar seu problema (pagava uma anuidade). caso neste momento, queira este técnico, basta pagar uma "visita avulsa" da bagatela de r$ 250,00 e apenas após o conserto, é que poderá novamente voltar a assinar com eles um novo contrato anual. coisas do brasil, não do amor e do bom atendimento ao cliente.

terça-feira, novembro 22, 2005

postada ao som da música "deixa estar" de leci estrada e sérgio sá.
_ídolos, heróis e sonhos_

qual fim é mais triste: o dos nossos "ídolos/heróis" que morreram de overdose
ou o dos que ainda, continuam por ai, de terno e no poder, com toda grana e pose,
aparecendo em jornais, revistas, tv's, sempre atentos ao melhor angulo para o close
e que seguem sem dó, iludindo a muitos e às custas destes, biritam uma e outra dose?

para os que já não sonham mais e para os que apesar de tudo, continuam a sonhar. sobre o mote acima, tenho um texto longo, mas fica aqui registrado apenas como mais um "poeminha".

segunda-feira, novembro 21, 2005


arremessada aos quatro cantos do globo,
ouvindo diretamente do velho vinil, com leci estrada,
a música torpedo liberdade: "voar com gaiola e tudo".
_à uma de minhas nadadeiras esquerdas_
minha$ noite$
e$tão $em : c o l o :
tenho dormido em mau$ len$óis.
de $obre$$alto : a c o r d o :
pre$o ao $olo
da realidade de ?anzói$?.

[mergulho] vago no lago,
não $ei para onde ir
e $ó agora percebo:
minha nadadeira e$querda,
que $empre me $ocorreu,
e$tá gravemente ferida.

céu nublado, [rubro].
[outubro] nú vermelho
acendeu [novembro],
sem dó nem chance de ré
tem sol, mas chove
fora, [dentro].

escalei o muro-parede
avi$tei do alto
[dezembro]
tirei ciscos do olho
da tempestade
e farejei
no vento de meu a$$opro

o $ol alaranjado
que alimentará
o motor das hélices
do moinho de minha
quixotesca [liberdade];
de minha:
[completa de$cone$ão do $i$tema].
para: "ieu me$mo" e para uma de minha$ nadadeira$ e$querda$ "ed$on ribeiro $ilva" – e$$$quenta a moringa não amigo, $$$airemos de$ta junto$. que venha fumegando 2006 que "nói$$$ vai pô" é 9 sem medo de zap, e$padilha, $ete copa$ e qualquer outra carta vira-lata. te contei não irmão? o coringa entrou no jogo e e$$$$$$$$$tá aqui comigo, na manga da minha japona xadrez invi$ível. $ó estou deixando ele$, pen$arem que encurralaram a gente. quero que você, ronil$on, omar, paulo urban, nel meireles e renan (novas nadadeiras esquerdas) me ajudem a urrar o 9 na "zoreia" do $i$tema. vamo$$$$$$ virar o $ei$ dele$ de cabeça para baixo. Vamo$ afoga-lo$, no mar da arrogância dos e$túpidos. onde o "$" é o quem dita as regra$. lanço agora, o primeiro avi$o, da quebra das regra$ do jogo, que "ele$$$" go$tariam que a gente continua$$e jogando. abraço n´alma, de toda$ a$ nadadeira$ e$querda$ que estiveram comigo até a pre$ente data. a$ dita$ e as não ditas$. esqueçam as pequenas "picuinhas" e venham abraçar também minha alma. só vai valer, se virarmos a mesa e urrarmos juntos, em uníssono, nosso grito "profano/santo?" de liberdade, e$tendido também ao$ que no$ cercam bra$il afora e quiçá pelo$ quatro canto$ do globo.

domingo, novembro 20, 2005


postada ao de: "andarilho das estrelas" do cd mandala sonora.
_semeador de sonhos_
vou
descer
ao
subterrâneo.
investigar,
trazer a tona,
o segredo
que sustenta,
a raiz
da árvore dos [sonhos].
depois,
plantarei
sementes
de seus frutos,
em campos
de realidades [mortas].
para: raimundo pradino, penha, danilo, daniel, bam bam e sr.oswaldo.

sábado, novembro 19, 2005


postada ao som de "arrumação" com elomar figueira de melo.
_#?iguais?#_
se somos iguais
me diz:
porque os dentes
cariados de uns,
sustentam,
o ouro
e a porcelana,
nos dentes de outros!?
para todos os pacientes, espertos e sábios como serpentes, gente da iguala de: roberto jefferson, josé dirceu, lula, antônio palocci e henrique meireles (melhor presidente de banco central do mundo? - diante de que conceito? - do f.m.i, bush e toda essa gente de mesma laia? é... eles podem até anganar nossa lógica, com palavras emocionadas (sic), rebuscadas, mas o coração? não, esse não obedece a exatidão da explição deles, a matemática do 2+2=4. como pode o brasil, ter a maior taxa de juros real do mundo? eles podem até explicar direitinho, tim, tim por tim ao meu cérebro, ele até acredito entenderá, mas meu coração é b.b. bobo, burro e não os entenderá nunca.

sexta-feira, novembro 18, 2005


postada, ao som da música de rogério de freitas: "a força do vento" com lô borges.
_desconexão geral_
estou trabalhando
com paciência
de "fazedô de cigarrim de paia"
para que minha ligação máxima
ao "sistema",
seja apenas com:
o sistema de galhos
do pé de amora
na estrada de minha casa,
que sempre abençoa
a mim e a quem mais chegar,
com silvestres
e delicados frutos.
para o amigo helton, sua companheira loredânia e filhos.

quinta-feira, novembro 17, 2005


postada, ao som da música: "lume de estrelas" com oswaldo montenegro.
_cheiro da luz_
desde menino
a luz
para mim,
tem
o leve cheiro
da
pólvora
e dos
vaga-lumes,
que as mãos
de minha infância
aprisionavam
[inocentes]
em
[caixinhas de fósforos].

para: ronaldo e solange (recanto da serra). fred, cláudia e o sumido "vagalume".

o poeta nel meireles do rio de janeiro, publicou em seu blog: "telescópio - um olho na poesia" um dos poeminhas que vocês, já tiveram oportunidade de ler aqui. conheçam o trabalho dele, esse sim, é poeta mesmo! ele tem 3 blogs. abaixo os respectivos links:
fala poetica
telescópio
opinião
abraço a você poeta.

quarta-feira, novembro 16, 2005



postagem ao som do vinil da música "sweet water" (marcus viana) - grupo "sagrado coração da terra" com bauxita "arregassssando" no vocal, em plena potência e vigor da voz e o violino encantado de marcus viana, arrepiando até as menores partículas de minha alma.

_SuperbonderChicletinGrudinAraudite_ (parte 1)
vou navalhar o cordão umbilical invisível
que te prende a mim
que me cola em você
porque
hoje quero estar só
sentir na paisagem o êxtase fugaz
escondido em cada instante
quero estar só
na freqüência da canção do silêncio

vou desatar o nó do tronco, soltar o laço
te dar o troco: um soco, um beijo, um assopro, TCHAU
me libertar
deste oroboro, looping infinito e me lançar
no oco de outro espaço
vou abrir o gogó pra num grito
primitivo gutural
soltar canções que há luas
estavam presas no curral da minha cabeça

vou soltar
meu instinto animal
deixar a terra firme, a lógica mortal
criar nadadeiras nos pés
ser mutante:
HomemTubarãoGolfinho
com zarabatana nos braços

vou mergulhar
caçar no silêncio marítimo.
trazer a tona
a poesia salgada, não revelada
de pablo neruda.
os decassílabos heróicos dos anjos
de paulo urban.
vou tirar do dedo o anel de ouro,
me jogar no barro,
dos versos de manoel ;
com ele caiar o quarto de pau a pique
da minha solidão.
vou acender uma velha lamparina
e dentro da janela de sua luz amarela,
ver meu cérebro bolinha de ping-pong
rebatendo de sul a norte a procura de outro mote.
vou fundar uma ONG
que leve a morte ao amor:
SuperBonderChicletinGrudimAraudite
e que faça viver simplesmente o amor
sem consolo, sem acessórios.
para meu amor: vanusa dias neres e meu cachorro "pop" que não me tiram do canto do olho de jeito nenhum.

domingo, novembro 13, 2005

postada ao som de "sons de carrilhoes" - dilermando reis
_eis o salto quantico_
sair das garras da lógica
cair nas mãos da mágica.
essa é muito besta e não é para ninguém.

sábado, novembro 12, 2005

postada ao som da belíssima: "abismo de rosas" com dilermando reis.
_caminhada na roça_
lobeira
[rolando]
repicando
morro
abaixo.
enquanto
eu,
ofegante
quase
[morro]
suado,
sem gás,
estrada
acima.
para todos os "caminhantes" do recanto da serra.

sexta-feira, novembro 11, 2005

postagem ao som da música "sua cara" com virna lisi.
_diferença genética_
não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo!
por exemplo:
conversar com alguém ao telefone
e outro alguém, sem senso
chamar meu nome, com fome,
de uma resposta urgente.

- fico nervoso, tenso -
travo no ato, nas quatro!

outro dia, encontrei explicação pouco plausível
mas é a que me foi possível.
é que quando nasci,
há mais de trint´anos atrás,
bebes, riam "atoa" feito bobos
nasciam com [miolo].

a ciência diz que os "vei"
nascem com o tal do neurônio.
milhões ou bilhões deles, não sei!
tem "vei" que nasce, até sem fazer amor.
as mães são tetudas, mamazudas mas estranhas,
algumas não querem mais nem dar de mamá aos "vei",
eles se virão mesmo é com a chupeta da mamadeira.
é! as "veia", mãe dos "vei", não são como minha velha mãe neuza.
eu mesmo custei para desmamar.

lembro do meu tio: "antônio da vó" dizendo:
- êta, menino de miolo mole!
nesta época, eu ia entregar com ele aos clientes,
em sua velha rural willis (azul e branca)
as bonitas cortinas, que a tia consolação fazia.

será que neurônio fica mole? acho que não.
nunca ouvi ninguém dizer: "êta, menino de neurônio mole"
eles se tratam por "vei", todo mundo se resume a "vei". (ae "vei", blz, "vei"?)
outro dia, o vinícius 17 anos, conversava ao telefone com outro "vei"
contei durante o extenso dialogo
+- 42 "vei" entre uma palavra e outra.
tudo era "vei", "vei", "vei".
fiquei intrigado. como eles se entendem se tudo é "vei"?
acho que "tô" sacando "vei", dependendo da entonação
o "vei" pode ser novo né?

os "vei" são plugados, internéticos e hiperativos
já vi um de meus sobrinhos:
jogando game, fazendo para casa,
bebendo refrigerante, comendo biscoito,
gritando com a mãe, xingando a vó,
navegando eufórico na internet
e ainda dizendo ao primo: "deixa que eu atendo"
é o toque do "vei" amigo meu da escola. cada "vei" que liga,
tem um som diferente, configurado no "sem-lugar" dele.
(é "sem-lugar" mesmo e não celular, pois te acham em toda parte.
é por isto que tenho pensado, em me livrar do meu. ser sábio como ronilson e simplesmente não ter).
deve ter mais alguma coisa,
que ele fazia ao mesmo tempo, mas não guardei lembrança.
é que ainda tenho miolo,
não fiz up-grade, dizem que não sou compatível.

para meu irmão de alma, amigo, sócio e ídolo vivo: ronilson marcos de souza e sua bela simone. o ronilson, regula idade comigo, mas desconfio que ele foi cobaia nos testes de deus com os tais neurônios. porque presencio sempre, ele conversando ao telefone, fazendo programa e ainda respondendo a duas ou três perguntas ao mesmo tempo. isso sem dizer, que ainda fica atento ao chá, que deixa esquentando no fogão da cozinha. falando em chá, tem um tempinho que a gente não toma né nil? bom, este não é poeminha, não é crônica, é inclassificavel, é um "linguição" que fica valendo para o feriadão. acho que não vou trabalhar segunda e quarta feira tem mais, ai sim, poeminha. não vai ter essa canseira novamente tá bão "véi"?

quinta-feira, novembro 10, 2005

neil mcIrvine

postada, ao som de "the logical song" - super tramp.
_solidão necessária em mim_
há noites que preciso
acender uma vela ou lamparina
abrir num dos olhos uma janela
dar as mãos uma menina
abraçar minha sombra
calar a boca das sobras
ser todo ouvidos
[no silêncio de mim]
para entender o que [sopra] minha calma.
para: gilmar e edinéia, paulinha e neto, manoel e eliete, roméro e esposa, "manél" irmão do neto e o mais novo integrante da família vinícius marçall.

quarta-feira, novembro 09, 2005

postada ao som de nem um dia - djavan
_"te encontrei pelo mundo"_(*)

...sem você aqui
sangro acordes menores
da minha guitarra
da minha viola caipira
do meu fevereiro
que não anuncia
nenhum carnaval
com você aqui
entro no campo de força azul
que envolve a terra
e uma canção vence a guerra
e do meu terreiro
escrevo a sinfonia
que não tem final.
especialmente para vanusa dias neres. minha: princesa, cortesã, guia druida, divã. companheira, que encontrei numa madrugada, caminhando com uma amiga, na av.joão césar de oliveira – bairro eldorado e que a cada dia, vem crescendo comigo, na jornada feliz da vida que temos proporcionado um ao outro. (*) parte da letra, que está no cd: mandala sonora. para conhecer na integra clique aqui).

terça-feira, novembro 08, 2005

arremessada, ao som de zé ramalho - a dança das borboletas.
_de lua_
certas noites,
: enquanto :
são jorge passeia;
sou dragão lunar.
mastigando estrelas,
cuspindo [breu]
no meu caminho,
as vezes ateu.

segunda-feira, novembro 07, 2005


postada, ao som de voa liberdade, com jesse.
_ colisão _

[incompreendida]
liberdade
:é:
[colisão]
de
gaivotas,
em
pleno
vôo.

para meu irmão de alma: sr.humberto e sua esposa sra.maria mendes.

domingo, novembro 06, 2005


arremessada ao som de mandala sonora:
"quando um pássaro de fogo te traz no sol da meia-noite uma lembrança"
_ aquiles _
m e u s
[pés]
são
raízes invisíveis,
que se movem
entre as pedras
na estrada de cada instante.

vivo,
e n c a n t a d o,
uivo !!!
cacarejo, como galinha que bota um ovo.
é a felicidade,
[de poder hoje]
contemplar e buscar,
a lentidão, de cada fragmento de segundo.

não lanço mais,
no quadro de possibilidades do amanha,
gritos de desespero.
apenas me calo, acaricio meus calos,
enquanto ouço dentro da noite,
cigarras e sapos.
não tenho saudades dos [grilos],
no meu telhado de sapé.

esqueci senhas de acesso
e [aliviado],
deixei cair minha canga no chão.
UFA!!!
não almejo, em mais nada, ser profundo.
nem que me sobrem dinheiros,
em contas bancárias.
busco ventos, de direções contrarias, (ao pacífico)
às do sistema estabelecido.

por isto caminho tranqüilo,
no lago do presente.
com a água rasa acariciando,
benzendo e dando, refrigereo a minha alma.
que se sente lambida,
pela língua do mistério,
na altura dos ossos;
[de meus calcanhares].
para os amigos: marcelo e jaqueline, júlia, dona vani, carla colares, toda a turma da colour dye tintas e minha mais nova amiga filosofa, nilze.

sábado, novembro 05, 2005


postada ao som de: estrela estrela com vitor ramil.
_raiada_

quando a boca da noite
é [fria],
a língua da manha
raia
[sol].
para minha leitora silenciosa: joviane las casas.

sexta-feira, novembro 04, 2005

postada ao som do vinil da música: passageiro, com roberto riberti.
_síntese de um "papin" filosófico_
(entre: barro, sapé, "cigarrin" de paia e pedras)

novidade,
está
no
passado.
[n ã o]
na
ânsia

[b e n g á l i c a],

anciã,
do

futuro.
para os amigos: renan e sônia, chico e dorinha + todos os funcionários da mixpan.

quinta-feira, novembro 03, 2005

postada, ao som de october, com u2.
_finados, mas vivos em mim!_
(quarta feira, 02 de novembro 2005)

é certo, que todo ser vivo, um dia...
[desaparece];
parte em viagem, rumo à paisagens que ignoramos.
certeza se reaparece n´outro canto,
é [sagrado mistério], que deus, até esse instante,
não revelou a nós: "podres" mortais.
simplesmente nossos olhos, não alcançam mais:
amigos, parentes e outros,
com os quais não convivemos, mas que admiramos e gostaríamos de ter trocado idéias,
compartilhado ideais e sonhos.
eles somem, do alcance dos nossos sentidos.
deixam marcas na lembrança:
poesias, músicas, textos, palavras,
gestos e pensamentos enfim.
talvez esse seja o jeito, que encontramos para deixar
fragmentos e pegadas, nos caminhos pelos quais passamos.
todos vamos embora e deixaremos sempre,
nos que ficam, a mesma dúvida sem tamanho:
será que vamos nos encontrar outra vez?

no corre-corre do dia-a-dia, não temos tempo,
para pensar em nossa única certeza.
que mais cedo ou mais tarde,
irá também nos abraçar.
e é bom que seja assim,
cada um ocupado em viver plenamente a vida,
em todos os seus matizes.
mas bom mesmo seria, em todo tempo, que nos sobra,
se não nos entregássemos preguiçosos,
às bobagens e inutilidades televisivas,
principalmente as dominicais.
melhor ainda seria, aproveitar integralmente esse tempo,
para conviver com pessoas,
que podem nos melhorar como seres humanos.

apesar de hoje, ser dia de finados, estou feliz!
como a égua pangaré "pretinha". que pasta lá embaixo contente.
de vez em quando grito daqui de cima: "pritiiiiiha"!!!
me olha e relincha. esperando que eu leve a sua boca, folhas de cana.
ela parece não ter, nenhuma consciência,
do que seja morte. apenas se preocupa, em se alimentar com seu capim.
tenho a consciência, que ela não tem e tenho tentado cada vez mais
uma capacidade bacana dela, que é a de:
"não me preocupar demasiadamente com o amanha".
ela sabe que alimento, o capim dela virão
e eu, por minha vez sei, que o meu alimento,
feito a poesia, também virão a cada dia.
viver o presente, sem anciar o futuro,
parece ser o segredo dos loucos, dos felizes, dos bichos.

ando pensando muito sobre o seguinte:
se tenho que viver, vou viver é feliz mesmo!
porque parece que cheguei num momento
"magi-click" da minha vida.
pois ignoro a tudo e a todos, que não se harmonizem
com está minha felizIdade.
estou num moto-perpétuo de acontecimentos bons e inusitados.
se a morte vem de qualquer jeito,
eu prefiro aguarda-la sereno e tranqüilo.
a coisa é lógica: já que todo ser vivente, que caminha sobre a terra,
passará por ela, porque vou sofrer e me desesperar?
quando ela chegar, com sua foice,
acho que vai deixa-la cair, porque estarei feliz e sorrindo.
meio curioso claro, com o que vai acontecer,
mas alegre, com a vida que levei.
melhor assim, já que o contrário pode ser loucura,
camisa de força, no hospício mais próximo.

não era para ter escrito toda essa lenga-lenga,
mas já que cheguei até aqui e você também,
quero lembrar algumas pessoas,
que passaram por minha vida e que deixaram suas marcas.
de certa forma para mim, permanecem vivas,
pois sempre me lembro delas. é como disse guimarães rosa:
"há pessoas que não morrem, ficam encantadas"

feito [vera maria rezende],
com sua educação e seu vestido azul.
a "namorada", que nunca beijei, mas que considero minha primeira.
[tio antônio], seu táxi e seu cavalo "castaninho".
[meu primo cássio], companheiro de bricadeiras
na fazenda do tio joaquim (filho do "padrin" marco).
[meu primo marco antônio] (irmão do cássio),
com sua oficina e seus carros.
[dindinha libánia], com seus tapetes de retalhos coloridos.
[dindinha joaninha] que com os trocados que ganhava
fazendo crochês, sempre me dava, uma moedinha de cr$ 0,20,
para comprar bala delícia, na fábrica que havia na esquina
da rua euclides andrade com rua capitólio-bairro santo andre.
[tia nadir] e suas cortinas, madrinha de meu irmão deovane
que na infância, tinha apelido de "topo-gigio" por causa das orelhas grandes.
[marcinha] e sua coleção de bonecas, filha do tio euclides e tia tereza.
[tio dante] com seu silêncio, inteligência, seus rádios e aparelhos eletrônicos.
[vovó mariquita], super comunicativa e de memória infalível.
[vovô jonas], a quem eu disse, quando criança,
ao passar uma boiada com as mãos sobre os olhos:
"vovô, meu olho tá com medo do boi".
[vovó alacóque], com sua religiosidade e seu coque.
[vovô geraldo monteiro], com sua carroça, seu cavalo branco e suas latas de leite.
eu e ele, levantávamos +- às 4:30 da manha, com sol ou chuva,
para buscar na fazenda dos camargos, o leite que vendíamos,
pelas ruas dos bairros eldorado e jk.
[tio flávio], com seu caminhar característico
e seu inseparável balaio de bolinhos de feijão. bolinhos deliciosos,
que fazia, minha mãe neuza, num fogãozinho de lenha improvisado,
no pequeno quintal no bairro santo andré. eu à ajudava buscar,
gravetos e serragem no entulho de uma marcenaria próxima.
[tia genoveva], que carinhosamente me pegou pelas mãos
e me levou a escola pela primeira vez.
onde conheci minha primeira professora:
dona catarina e seu vestido verde. isso mesmo! "dona",
não tinha esse negócio, essa intimidade gratuita, de chamar professora de tia.
acho que foi depois, que começaram a chamar professora de tia,
é que as "crianças" perderam por elas o respeito.
["padrin" marco], que antes de morrer
deu uma fazenda a cada filho.
[evaristo] meu bisavó, por parte de pai e suas verduras.
[tio francisco] e sua fazenda em itaúna de quem só ouvi histórias. filho do "padrin" marco.
[tia lilia] e suas carnes no fogão de lenha.
[vicente de paula mendonça], meu pai, que gostava de fumar,
as seguintes marcas de cigarro: arizona, continental e holliwood
(infelizmente comprei muitos, no boteco da esquina para ele).
parou de fumar uns três anos antes de partir em viagem,
mas a nicotina e não sei mais o que
do cigarro, já tinham feito o estrago,
que o levou antes do combinado.

- saudade pai, saudade de todo mundo,
saudade, como dizia o sr.: "saudade d´cês tudo".
lembra que um dia, brinquei
quando o sr.estava tossindo muito e me disse que não queria morrer?
eu sem saída disse: "pai, quem não morre não vê deus!"
o sr. emendou no ato: "eu não tô cassando, ver deus não meu filho,
não tô não! eu quero é ficar aqui com cês".

para: marco antônio araújo, augusto dos anjos, nietzsche
darci ribeiro, glauber rocha, sérgio sampáio, guimaraes rosa,
manuelzão e wally salomão.

quarta-feira, novembro 02, 2005


arremessada, ao som da música lendas (oswaldo montenegro/mongol) com josé alexandre.
_acreditem meninos: eu vi!_
quando acordei,
levantei
o lençol.
um fiapo
de noite,
passou
debaixo
de minhas
pernas.
saiu
[alegre]
de mãos dadas,
com um
raiozinho de [sol].
para antônio luiz, mazarello e os filhos: pedro henrique magalhães
e letícia magalhães. pedro e letícia, aguardo vocês lá no "ninho das pedras",
para que possamos engarrafar, algumas poesias para a árvore dos poemas, ok?

terça-feira, novembro 01, 2005



postada, ao som da música caderno, com toquinho.
_juro, por tudo que é santo!_
estive
no
centro
do arco.
[vi]
que
dentro
das cores
de sua íris,
é tudo
silêncio.
para as crianças: willian, caio e tierri + os sobrinhos: júlia, fernanda, pedro e joão paulo.