(Foto - Diovvani)
Duma janela de barro
embriagado de poesia
leio versos
para poucos.
Se cambaleio nas virgulas,
Gangorro-me nos galhos delas
e lanço-me em linhas e ondas
surfando melodias impossíveis:
é como inventei seguir,
é meu jeito de fazer florescer
palavra, onde não havia.
Tenho gosto em puxar o pino
e atirar a granada-surpresa-poema,
que contém idéias-fervidas
nos cérebros dos loucos;
para vê-las explodirem,
inéditas, em ouvidos moucos;
ainda virgens das belezas,
embaladas em folhas.
É com esse vapor
que alimento-me.
É esse combustível que faz girar,
dias e noites as hélices
do meu velho motor
que não cansa de soluçar - amor.
A cada verso lido,
mesmo cambaleante,
sei, esterco sementes
que guardam a mágica
de serem árvores.
...
Para: Gabriela, Gilmar, Luciene, Romero e Vanusa. Eles, foram minha platéia no último domingo, enquanto eu lia poemas, dos meus amigos-poetas-internéticos. A turma diz que sou doido, (não doído) aí, fui ler poemas dos amigos, para mostrar que não sou o único, preso, na “rede” entre palavras. Comovidos, pediram-me para agradecê-los.