poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.: julho 2006

sexta-feira, julho 28, 2006

Luis Gaspar do Estudio Raposa de Portugal, honrou-me ao ler um de meus poemas. Confiram num dos links abaixo:
http://www.lusocast.com/channel/view/21
www.estudioraposa.com

terça-feira, julho 25, 2006

postagem ao som da música fruta boa de milton nascimento e fernando brant com nana cayme.

_marilac menina mãe_
.
marilac gangorrava no balanço amarelo
à sombra da árvore dos poemas*
pura poesia em movimento
folhas secas caídas sobre o chão
forrado de pedras em círculo
ajudavam na composição dos compassos
do que mais parecia uma fantasia barroca
.
ao redor o companheiro edson e os filhos aguardavam à vez
arthur e joão conversavam com o tio fotógrafo de instantes
marilac leve embalava-se criança simplesmente
menina-mulher-mãe suspensa no ar
resgatando da infância o suspiro-lembrança
de se deixar livre-folha ao vento balançar
preocupações diárias esqueceu-embrulhadas
n´outro espaço do interior presente lá fora
.
porém não sabia a pequenina marilac
que seu alegre-suave vai-e-vem
por um fraco-fio estava
e no quase sonho
quando novo impulso foi ganhar
nas pontinhas do pés... acorda...
.
"track-track"
"de-serpente" o bote traidor da corda
e marilac caiu na realidade do chão duro
não houve grito ou barulho
apenas a menina-mãe seu ai mudo
e sua dor de mulher
estendidas sobre folhas e pedras
.
"após o susto e pensando bem...
caiu marilac
para que não caísse um dos filhos
há mães que são assim
se pudessem
sentiriam por seus filhos
todas as dores do mundo"
.
a poesia partiu de mim em viagem não olhou para trás e tão pouco disse se volta. se é que algum dia esteve por estas paragens. bem, encontrei o poeminha-relato acima, que é verídico; na cumbuca, uma pasta que tenho aqui no computador do escritório. é para onde transcrevo-gravo anotações que faço do meu: "desparabólico caderno capturador de pensamentos desconexos", que tenho lá em casa; onde não tenho computador. portanto se eu quiser fazer novas postagens, vou ter que meter a mão na cumbuca e ver o que sai de dentro. o tombo da marilac, esposa do meu amigo edson, ocorreu numa tarde de domingo do ano passado. depois do ocorrido, a família não apareceu mais. aproveito para informar que o balanço está de cordas afinadas e novas. benção para o arthur (meu afilhado) e abraço para todos vocês. lembrei-me com essa história de balanço, de uma entrevista do escritor rubem alves no programa da leila entrevista, na rede minas. ele disse mais ou menos o seguinte, se não atrai-me à memória:
"quem usa balanço não tem depressão, não tem como!"
"se eu fosse político prometeria balanço nas praças para todo mundo."
"o que deus faz é brincar. o universo é uma grande brincadeira."
"deus é a grande melodia tocada no universo. não peço a deus nada.
apenas quero ouvir sua melodia.
.
*árvore dos poemas – por causa dessa idéia uns amigos e parentes dizem que é a confirmação, de que eu não regulo bem das idéias. essa árvore, é onde coloco engarrafados, os poemas que gosto e ainda por cima, ficam na sombra, protegidos do sol e da chuva. faço da seguinte forma:
.
1) imprimo um poema que gosto numa folha. (uso frente e verso)
2) enrolo a folha e faço dela um canudo, que passe pelo bico da
garrafa pet transparente.
3) coloco a folha dentro da garrafa - a folha se abre.
4) prego a tampinha da garrafa no tronco ou galho na árvore.
5) enrosco a garrafa na tampinha pregada na árvore.
6) pronto! está "plantado" um fruto-poema na árvore e assim por diante.
para ler os poemas, basta desenroscar a garrafa da árvore e "saborear" o fruto-poema, (com os olhos) na sombra da árvore. algumas pessoas acham que tem que tirar a folha de dentro da garrafa (acham difícil ler) . digo que não. tem que "interagir" com o poema, mesmo dando algum reflexo de sol. é isso, ficarei feliz se mais alguém fizer pelo menos uma "Árvore dos Poemas" por esse mundão afora. e aguardem, porque a idéia está evoluindo vem ai a "Árvore dos Poemas Sonora". pois é, agora estou dando um jeito, para fazer a árvore literalmente falar-declamar, os poemas. tenho um novo amigo português, que mostrou-se disposto em ajudar-me, nessa tarefa. português e brasileiro... fazendo árvore falar... só faltava essa... podem fazer piada, não ligo não, sei que o mote é bom. posso até ser meio-maluco, mas tenho andado muito-de-bem-com-a-vida.

terça-feira, julho 18, 2006


esta é a centésima postagem do blog e estou aqui, ouvindo várias músicas, do meu próprio cd "mandala sonora". Há muito tempo, eu não lambia, minhas próprias crias.
.
_grisalho_

tive
pressa
.
agora
só rio
manso
.
enquanto
pesco
paciência
.
no gravitar
de nadadeiras postas
ao reflexo do anzol
.
agradeço sinceramente a todos que navegam por estas águas. saibam que tenho aprendido muitas coisas com todos vocês. fraterno abraço.

sexta-feira, julho 07, 2006

(pintura de juan gris)

_urbano aprendiz do violar canções_
.
todo dia mineiramente depois da labuta
do dedilhar-desembaraçar bits-bytes
um aprendiz de violeiro impregnado de paciência
calça os mesmos passos de ontem na tardezinha
.
chinelos nos pés viola nas costas desce a rua
em frente olha a lua subir noite-esconder-grilos
aos vizinhos sorri gestos-acenos-cumprimentos
um dedo de prosa ligeiro – um "inté manhã" – seu toni – "inté"
.
"o velho de bigode branco está com seu inseparável radinho-de-pilha
fumando o resto de vida da tarde enquanto ouve no portão entre pigarros
fresquinhas às notícias do futebol na rádio itatiaia – perde o brasil a copa 2006
- sempre depois da ave maria – o papo da turma do bate-bola"
.
passa pela padaria desce 1ª esquerda chega em casa beija quem lhe aguardava
repousa na cama a viola – as cordas vibram – saudade (não é dia de aula)
a mulher companheira grávida de esperas lhe dá a mão
para mais uma caminhada no tecer de fios e planos ao redor da vida
.
esse urbano aprendiz de modas é meu amigo-irmão-ronilson
ele é sábio pois o vejo humilde catar nota-por-nota para formar
na ponta dos dedos acordes-bebês ainda no engatinhar
mas breve sei será pai de canções adormecidas nos cafundós de sua viola
.
para os felizes companheiros de viagem na mesma nave-mãe: ronilson e simone souza. e surpresa... fiquei sabendo agora às 18:19 que o casal terá o primeiro filho(a).

terça-feira, julho 04, 2006

postagem, ao som de várias músicas do maluco beleza - raul seixas!
(gravura de paul klee)
.
_brincadeirinha
zinha
s..._
asa só voa se par
tir.
faz frio aqui e o beija-flor procura para namorar sua prima
vera.
atchim... árvores sopram som
bras.
na cabeça além de equilibristas-piolhos-neuróticos cab
elos.
sentir o hálito da palavra cuspida-despida há
bito.
poeminhas soltos passarinhos perda de tempo err
ânsias.
tudo pelo divino que é 10
%.
o vempo* estende sonhos nos varais do arame farpado vi
da.
nem todo desfolhameno é mal
mequeres.
bom remédio para alguns males é dor
mir.
bateu na porta não sabia mas era vizinha do êx
tase.
não carece roupa venha sem
pre.
art
manha.
rio-gozo na cara da poesia multi
lada.
.
* vempo - é uma forma de economizar letras, para pronunciar-escrever e ainda por cima, colocar junto, no mesmo balaio da imaginação, essas "invisíveis-criaturas", que sempre escapam da nossa percepção e passam... nos atravessando: "vento e tempo".