poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.: agosto 2006

segunda-feira, agosto 28, 2006

postagem ao som da música "não é céu" de vitor ramil.
_constatação_
guada-chuva
não
guarda
chuvas
pára-quedas.
...
_cuidado com expostas pontas_
na
ponta
de
todo
alfinete
equilibra-se
o
ai
de
uma
dor
futura.

segunda-feira, agosto 21, 2006

(infelizmente não sei o autor da foto)

_primitivo arremessador de palavras_

:pedra-palavra:
não têm acento
mas uma pedra-viva
debaixo duma árvore

disposta-calma
sempre imóvel oferece-me
assento-colo-sombra
aquieto-me

sei-sou-pardo
comum pardal
desengaiolado
d’amarelos gorjeios

não sei mesmo (:,:.?)
regras gramaticais
mas gosto de aprender
vida-estrada-dentro

até aceitei já-ser só
minúsculo pó-assentado
na pedra-viva que não
têm acento feita-palavra

outro dia um poeta “performer”
rosnou zangado feito rei leão em sua selva
chamou medíocres os poeminhas
estava brabo o bardo do homem-fera

eu cri nele que é moderno-poeta-performer
mas não descri de mim ainda pardo que sei
primitivo esperar amadurecer sem carbureto
às coisas sendo só-acento duma pedra-viva.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Dona Dilma, está lançando o livro: "UMA VIDA PELA VILA". Ela é sogra de meu amigo João Bosco. Há algum tempo, ele, enviou-me uns poemas dela. Fiquei impressionado, com a sabedoria e força de seus versos. Gostei tanto, que os engarrafei na "Árvore dos Poemas " que tenho lá em casa. João, você e todos aí, filhos e netos da Dona Dilma estão devendo-me uma visita.
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Eu, Dilma Martins Prates
Ribeiro, convido você para o lançamento do
meu livro UMA VIDA PELA VILA, dia
19/08/2006, sábado, às 18:00 na Serraria
Souza Pinto - Salão do Livro - estande 31 - Editora
MAZZA.
Ficarei muito honrada com sua presença.
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E.T: João Bosco, é daqueles violeiros que desfiam uma enormidade de belas canções dentro da noite. Com ele, tenho muitas histórias... Não vou contar agora, pois o que interessa hoje, é apenas Dona Dilma e seu livro. Tenho certeza, que o livro dela, deve ser um: "trem bão dimais da conta!" . João, abraço para você, Dona Dilma, Norma, Pedro, Patrícia e Ricardo.

terça-feira, agosto 08, 2006

Postagem, ao som da música: Meu Jardim com Vander Lee.
Gravura de Marc Chagall

_ciscador de miudezas I_

I
queria saber onde
germina-alastra
à raiz da vida
que não rompe
da semente a casca

isso pode valer-me
migalhas de nadas
mas não perco vício
de engravidar
possibilidades.

II
sapos e grilos
são ventrílocos
dando voz ao mato
escondidos debaixo
do manto da noite.

III
pedra tem moleza
de não andar
de enraizar
e não aluir do lugar

pedra só passa...

dentro do olhar
enquanto observa
às pernas da vida
caminhar ligeira.
.
IV
feito flecha esvoaçou-se
cheia de garça à liberdade
da lagoa de meu vizinho

boiou no ar
em brancAsas
e transparências

foi ela quem moveu
essa ultra-leve graça
meia-lua em meus lábios.