poeminhas p/matar o tempo e distrair dor de dente.: abril 2007

terça-feira, abril 24, 2007

Postagem ao som da música Metamorfose Ambulante – Raul Seixas. [OuçAquiÓ]

EU, UM CARA DE PAU, DANDO UMA DE COELHO SABIDÃO
(Do extrair fagulhas utilitárias de pedras e tombos)

Assimilou o real quilate,
das pedras do caminho.
O Ser que ao tropeçar
ziguezagueou, caiu

e ainda assim conseguiu,
da bateia dos sentidos,
garimpar, novo brilho;
mesmo grogue do tombo.

Aquele que como "Allah", são Francisco,
catou no chão: o chapéu do ensinamento
e tranqüilo o assentou,
na letra certa da consciência.

- Após a queda, o que mais vale
é saber que um fio negativo (yin),
somado a um positivo (yang), pode;
eletrificar a tomada da compreensão e acender à LUZ.

Mas há o doido de pedra – surtado,
que quebra o ritmo da poesia da vida e cola os fios,
pois aprecia dar choque nos outros
e provocar nele mesmo, um tri-básico

curto-circuitozinho.

São estes tipos que não suportam à pressão
de nenhum tombinho,
pois logo entram e se trancam
no quarto escuro da deprê;
hajam doutores e remédios,
cruzes e credos,
para por fé
e coar a cura.

terça-feira, abril 17, 2007

Postagem ao som da música Quimeras - Zero. [OuçAquiÓ]
ET´SCETERAS

Minha
cabeça já
esteve mais
nas estrelas.

Mas agora
eu gosto
é de pé
sentir

o
pulsar
do
chão.

A vida não é brinquedo de desmontar para entender.
A vida é este trenhão-bão-danado-de-montar-e-viver-e-extasiar...
Ela não carece explicação - um dia nós ET´scetaremos e
aquilo a ser compreendido será.
...
Dedico aos novos amigos Roberto Mendonça, Selma Sueli e Victor.

terça-feira, abril 10, 2007

Postagem ao som da música Meu Amor Meu Bem Me Ame - Zeca Baleiro. [OuçAquiÓ]

Me deixe respirar um ar,
que não seja
o que sai das tuas narinas.

Deixe de calçar meus passos,
como se eles fossem
suas sandálias.

Ocupe outros espaços,
deixe de vestir minha sombra
como se ela fosse sua segunda roupa.

terça-feira, abril 03, 2007

Postagem ao som da música Tempo Rei - Gilberto Gil. [OuçAquiÓ]

TRANSFUSÃO

Quando me dói dentro
fervo a dor no sangue.

E de poros dilatados, dôo
misturada em meu suor

- toda dor:

vermelha-vaporizada,
transmutada em alimento

ao invisível corpo
do tempo.

Que é o melhor
espalhador do pó

de minhas dores
eternidade adentro.