Sob a luz da lua, hoje, 22 de maio, à 01h15min da madrugada, foi-se embora o grande Zé Rodrix. Ele, com seus versos e acordes impregnados de beleza e força incomuns, foi um dos caras que plantou em mim as sementes da música, da poesia, da arte e do sonho de ir morar no mato. As sementes, Zé, germinaram... Transformaram-se em árvores e frutos, gerando novas sementes, para doar aos que, alegremente tenho encontrado durante minhas caminhadas pelas estradas desse mundão e que queiram compartilhar do mesmo sonho. Sem mais palavras, fico por aqui, com um rosário de belas canções inesquecíveis, mas ainda preso nesta cela de ossos, carne e sangue. A gente se vê.Sá, Rodrix & Guarabyra
Composição: Zé Rodrix
Preso nesta cela
De ossos, carne e sangue
Dando ordens a quem não sabe
Obedecendo a quem tem
Nem que o mundo estanque
Pra me aproveitar do conforto
De não ser mais ninguém
Eu vou virar a própria mesa
Quero uivar numa nova alcatéia
Vou meter um "Marlon Brando" nas idéias
E sair por aí
Pra ser Jesus numa moto
Che Guevara dos acostamentos
Bob Dylan numa antiga foto
Classius Clay antes dos tratamentos
John Lennon de outras estradas
Easy Rider, dúvida e eclipse
São Tomé das letras apagadas
E Arcanjo Gabriel sem apocalipse
Nada no passado
Tudo no futuro
Espalhando o que já está morto
Pro que é vivo crescer
Sob a luz da lua
Mesmo com sol claro
Não importa o preço que eu pague
O meu negócio é viver
Sob a luz da lua...
Mesmo com sol claro...
Preso nesta cela...


